Entrevista: Dória diz que PSDB terá candidato à presidência, ‘detona’ Aécio e polarização Bolsonaro x Lula

Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES

Entrevista: Dória diz que PSDB terá candidato à presidência, 'detona' Aécio e polarização Bolsonaro x Lula
Foto: Secom/SP

O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), afirmou que o PSDB terá candidato próprio nas eleições do ano que vem, em qualquer cenário. “Essa é uma vantagem do PSDB. É um partido que tem grandes nomes”, afirmou.

Em novembro, o pré-candidato disputa a vaga da legenda, nas prévias, contra Eduardo Leite (RS), Arthur Virgílio (AM) e Tarso Jereissati (CE). Segundo ele, um dos quatro encabeçará a chapa para minar a polarização Bolsonaro x Lula.

Em entrevista ao Conversa Política, ele garantiu que não há conflitos entre os candidatos e quem vencer sairá fortalecido porque o PSDB é o único partido que vai fazer uma prévia com os filiados.

Coronavac

O governador do estado mais rico do país começou falando sobre qualidade da Coronavac e criticou aqueles que tentam diminuir a importância da vacina e criar “mentiras” sobre a eficácia do imunizante.

“Defendem a morte e desinformação. Eu defendo a vida. A verdade, a ciência estão ao lado das vacinas. Incluindo a Coronavac”, cravou.

Veja os dois primeiros trechos da conversa:

Aécio e o NE

Na conversa, o governador falou sobre a busca de um nome do Nordeste para compor uma eventual chapa e destacou a importância da região no cenário político-eleitoral do ano que vem.

“Não está, obviamente, descartado de que possamos ter no PSDB uma candidata ou candidato do NE do Brasil. Para representar ainda melhor essa importante região do país”, afirmou, sem querer adiantar nomes.

Fez duras críticas ao colega de partido, Aécio Neves (PSDB-MG), que começou a “opinar” sobre as prévias para defender, de acordo com Dória, o interesse pessoal.

“Ele quer mais fundo eleitoral”. E acrescentou: “O que ele quer é uma não candidatura […] Aécio Neves se apequenou e quer apequenar o PSDB. Não vai conseguir”, criticou.

Autoritarismo, gestão e “golpe”

Para ele, o presidente Bolsonaro flerta com o autoritarismo desde o início do mandato. O governador diz que, como muitos brasileiros, se arrependeu de ter apoiado Bolsonaro, que é chamado por ele de “facínora”.

“Como muitos brasileiros, nós fomos enganados por Bolsonaro. Bolsonaro fez uma campanha falando de combate à corrupção. E o que ele fez meses depois? Demitiu Sérgio Moro, que era símbolo de combate à corrupção”, disse Dória.

Segundo o governador, Bolsonaro perdeu o capital político porque, justamente, prometeu fazer e não fez: “o Brasil virou uma párea mundial. Nós temos um líder que lidera para o mal. Lidera para a morte. Jair Bolsonaro é para mim  Messias da morte”, criticou Dória fazendo referência à gestão do governo na pandemia. ,

O pré-candidato afirma que a ‘luta pelo voto impresso” é apenas uma cortina de fumaça, uma maneira de justificar uma possível derrota no futuro.

“Foram as urnas eletrônicas que elegeram esse facínora chamado Jair Bolsonaro. Esse negacionista que está hoje na pandemia. Foi uma urna eletrônica. A mesma que ele contesta, hoje, foi a urna que o elegeu Presidente da República”, argumentou.

Lula x Bolsonaro

Outro alvo fácil das críticas é a polarização da eleição do ano que vem entre Lula e Bolsonaro.

“Os extremismos não querem conversar, não querem dialogar. Querem impor. E a imposição é típica dos movimentos autoritários de esquerda ou de direita”, apontou.

Dória confia no universo dos “nem, nem”. Aqueles que não votam nem em Lula nem em Bolsonaro e que representam 52% dos brasileiros, de acordo com o governador, resgatando números de pesquisas recentes.

“Com todo o respeito a Lula. Lula já passou. Já fez o que tinha que fazer. Inclusive, as bobagens de corrupção pelas quais ele ainda será julgado. E Bolsonaro está fazendo o pior governo da história da República da Brasil. Os brasileiros certamente terão outra opção que não seja nem Lula nem Bolsonaro”, afirmou. (veja também parte 1)

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