Com apoio dos 'cabeças pretas', Eduardo Leite pavimenta nome para presidente pelo PSDB em 2022

Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA

Na disputa interna no PSDB para emplacar como candidato dos tucanos na disputa à presidência da República em 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve na Paraíba neste sábado (14) em busca de apoio de correligionários e apoiadores. No seu caminho tem o governador João Dória e o senador Tasso Jereissati e o ex-senador Arthur Virgílio, que são da ala mais conservadora do partido.

Sem fugir da linha ideológica tucana, Eduardo Leite é um tucano repaginado. Se apresenta como opção viável para a polarização estabelecida na disputa antagônica entre Lula e Bolsonaro. Quer ser terceira via e, para isso, resolveu atravessar o outro extremo do país em busca de apoio.

"Vamos fazer crescer um caminho alternativo. Não é sobre discutir o que já somos, é o que queremos ser. O futuro e não o passado do país. Queremos discutir o para frente", declarou Leite.

Cabeças pretas

Foi recebido pela ala jovem do PSDB. Recepcionado pelo presidente estadual do partido, o deputado federal Pedro Cunha Lima, Eduardo cumpriu agenda em Campina Grande e João Pessoa. Nas duas cidades esteve acompanhado também de lideranças jovens do partido: o deputado federal Ruy Carneiro, a deputada Camila Toscano, o deputado Tovar Correia Lima e o suplente de federal Rafafá.

Dória, em entrevista ao Conversa Política, disse que pretende vir em breve percorrer o mesmo caminho. Os dois postulantes não acenam para a estratégia de visitas em loco. Dirigentes tucanos falaram que eles têm realizado apenas eventos virtuais.

Sem Cássio

Uma ausência percebida, a do ex-senador Cassio Cunha Lima, que é de uma ala mais tradicional do partido, foi amenizada por Eduardo e Pedro. Cássio é amigo de longa data de Dória e teria preferência por ele na disputa interna da legenda, com prévias marcadas para novembro.

Pedro disse que Cassio tem se dedicado a outras atividades fora da política e estava em agenda de trabalho em Porto Alegre quando foi comunicado do falecimento do empresário Carlos Alberto Oliveira, seu amigo,

"A ausência do senador Cássio não diz com a sua posição política nas prévias. O que de fato ocorre é que ele vive uma nova realidade na sua vida, teve que se reinventar e se dedica uma atividade que o distancia da Paraíba", explicou.

Presenças inusitadas

Apesar da ausência de Cássio, Eduardo Leite foi recebido por lideranças de outras legendas, como o deputado federal Julian Lemos (PSL) e o advogado Michel Henrique (Pros), filho da deputada federal Edna Henrique (PSDB) e do falecido deputado João Henrique (PSDB).

Leia também:

>> Eduardo Leite diz que votar em Bolsonaro foi um erro, critica polarização, defende programas sociais e privatizações