O ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) esteve em João Pessoa, neste domingo (7), fazendo campanha paras as prévias da legenda. Ele disputa a vaga de presidenciável tucano com os governadores João Dória (PDSB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS), que também já estiveram aqui na Paraíba buscando votos.

Os partidários paraibanos foram muitos democráticos, mesmo cada um tendo sua preferência. O que demonstra maturidade nesse momento de divisões fúteis.

Na coletiva, Virgílio colocou o PSDB como protagonista do centro do debate político. Em suas palavras, deu a entender que eleição do país passa sempre pelos tucanos, visto que, nos últimos anos, as defesas e posições do partido foram fundamentais para a política brasileira.

Virgílio, quando fala do passado, está certo. Mas o presente dele não condiz com o presente do partido em Brasília. É uma legenda cada vez mais coadjuvante porque não sabe o que quer. Nenhum partido une o país, lidera uma frente democrática, se não consegue se unir sozinho.

É uma legenda cheia de feridas abertas e inflamadas. Tudo bem que as prévias são uma tentativa de fechar algumas delas. Mas não é suficiente.

Nas votações em Brasília, por exemplo, não consegue imprimir suas digitais nas votações. Nem de governo, nem de oposição. Está sempre dividido e mal dividido. Os parlamentares não possuem argumentos convincentes que fortaleçam a posição de partido definidor, locomotiva. Tornou-se mais uma partido de centro-direita com expressão mediana, que vive de recall da imprensa sulista. Aliás, até "essa imprensa" desistiu de fazer os parlamentares tucanos de porta-vozes.

Um exemplo dessa divisão foi na última votação da PEC dos Precatórios, quando uma boa parte foi contra e um grupo foi a favor. A matéria mais importante do país da atualidade e o partido cumpriu tabela, como outros tantos. Não foi forte no não, nem no sim.

Definitivamente, esse PSDB é só mais um, mesmo tendo governadores em dois dos estados mais importantes do país. E isso é sintomático.

PSDB na Paraíba

Na Paraíba, a legenda só tem certeza que estará na oposição. Mas não sabe como, com quem e em que condições. Tentou agarrar Romero Rodrigues (PSD), ex-prefeito de Campina Grande, que já pulou o barco. Diante de si, o risco de jogar o deputado federal, Pedro Cunha Lima, numa disputa estadual para ocupar espaço e o receio de ser só um movimento para não perder espaço. Há menos de um ano da eleição, vai se isolando e não sabe para onde quer ir.

Pelo menos por enquanto, só faz movimentos difusos.