CONVERSA POLÍTICA
Sem liberação de verbas, Hugo Motta cobra a Bolsonaro demissão de ministra Flávia Arruda
O deputado paraibano não seria o único insatisfeito com o represamento dos recursos, que seriam aplicados em suas bases eleitorais.
Publicado em 04/01/2022 às 18:07
Parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro terminaram o ano insatisfeitos com a falta de compromisso do governo na liberação de emendas parlamentares. A cifra chega a quase R$ 600 milhões para projetos patrocinados por parlamentares nos estados. O deputado Hugo Motta, líder do Republicanos, é um dos que passou a cobrar a demissão da ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo, segundo a coluna de Malu Gaspar, em O Globo.
A queixa é que ela conhece a 'realidade dos parlamentares', já que é deputada federal, é integrante do PL, novo partido do presidente, e também é ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento. Por isso, o clima estaria azedo até entre integrantes do seu partido e do PP, que junto ao Republicanos fazem o tripé de sustentação do governo Bolsonaro no Congresso.
A discussão, segundo Malu Gaspar, tem acontecido em grupos de whatsapp. Em mensagem postada no grupo na semana passada, Hugo Motta teria avisado aos colegas que, a partir de agora, defenderá a demissão da ministra e que o governo que não conte com ele, nem com seu partido.
O paraibano foi o relator da PEC dos Precatórios na Câmara, que passou com uma vantagem de apenas quatro votos além do mínimo necessário no primeiro turno da votação.
"Na minha bancada não tem um deputado satisfeito. Não é só questão de orçamento, mas também uma falta de respeito na relação com os deputados da base", disse Hugo Motta (Republicanos-PB) ao Globo. "A gente quer um ministro que cumpra os acordos", completou.
Ele afirma que o governo passou meses prometendo resolver pedidos de parlamentares para nomeações nos estados e não entregou. Na reta final do ano, uma promessa não cumprida para liberar cerca de R$ 600 milhões para projetos patrocinados por parlamentares nos estados entornou o caldo.
A verba seria enviada via investimentos voluntários do Ministério da Agricultura, mas o ano acabou e o dinheiro não foi empenhado (o que significa que nem a primeira fase do gasto público foi cumprida). Em outras palavras, a dívida não será paga. Recurso importante em ano eleitoral.
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