MPF pode pedir ao governo da Paraíba decreto com menos público em shows

Procuradores se reúnem neste sábado (29) com o segmento de shows e entretenimentos, e com a Secretaria de Estado da Saúde, para discutir a realização de eventos de massa em fevereiro e março.

Foto: divulgação/Festveraopb
MPF pode pedir ao governo da Paraíba decreto com menos público em shows
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Em pleno verão, com mês de fevereiro inteiro até chegar o período carnavalesco, no início de março, e muitos eventos privados marcados. O cenário seria maravilhoso se no meio não estivéssemos em um período de altíssima transmissibilidade da variante ômicron do patógeno causador da Covid-19.

Por isso, o Ministério Público Federal (MPF) na Paraíba, por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, convocou reunião para este sábado (29) com o segmento de shows e entretenimentos, e com a Secretaria de Estado da Saúde.

Vão discutir a realização de eventos de massa que possam gerar aglomerações, porque há vários shows e eventos na Paraíba nos meses de fevereiro e março. A reunião será virtual, a partir das 10h.

O MPF quer fazer um diagnóstico e enviar ao governo estadual os encaminhamentos acordados e considerações de possível alteração no decreto que limita a participação de público em eventos.

Nos últimos 15 dias, a notícia de que amigos, parentes colegas, conhecidos, departamentos inteiros de empresas positivaram para a Covid-19, é cada vez mais comum. O que levou, registrou o MPF, um aumento significativo da procura por testes na rede pública e privada, “o que pode ocasionar a demora nos resultados e afetar, inclusive, o manejo clínico dos pacientes”.

Pressão nas unidades hospitalares 

Segundo o MPF, há um aumento no número de atendimentos clínicos e hospitalares e, mesmo sem impacto em maiores internações, o setor privado de saúde já sente o impacto da dinâmica hospitalar.

A rede pública também informou que o Hospital Metropolitano esgotou os leitos para Covid”, registrou o MPF em nota.

Número reprodutivo efetivo

De acordo com informações do MPF, usadas para justificar a necessidade de cautela no novo decreto, o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba (OBSRUFPB) afirmou que o número reprodutivo efetivo (Rt) da Paraíba era aproximadamente igual a 1,44.

O Rt indica quantas pessoas, em média, um indivíduo infeccioso pode contagiar.

O professor Hemílio Coelho, coordenador do Observatório, explicou que o Rt 1,44 significa que cada 100 pessoas infectadas na Paraíba são capazes de transmitir o vírus para outras 144 pessoas. “Importante ressaltar que a variante Ômicron avança e já fez com que os patamares de infecção sejam superiores ao segundo semestre de 2021 em um período curto”, apontou o professor.