“Salada mista” da oposição a João Azevêdo na AL da Paraíba pode dar em tudo, inclusive nada

"Salada mista" da oposição a João Azevêdo na AL da Paraíba pode dar em tudo, inclusive nada

Talvez, a proximidade da eleição fortifique o discurso da oposição ao governador João Azevêdo (PSB), na Assembleia Legislativa da Paraíba. Talvez.

E com a “salada mista” que está posta por lá, pode dar em tudo, inclusive nada. A segunda opção, é uma probabilidade também forte.

É que o histórico e o perfil multideológico dessa oposição governista são ingredientes para enfraquecer o ataque.

Muitas divergências de pensamento pelo caminho e uma única convergência no final do percurso: o governador. Será suficiente?

Os oposicionistas precisarão de muita habilidade. Estamos falando de uma direita radical, uma centro-direita moderada e  uma ala progressista que, queiram ou não, tem o DNA do governo que combate.

Vão conseguir dialogar só para atingir um único alvo? Nesse primeiro momento já mostrou que não será simples. Na discussão sobre a primeira reunião houve falas atravessadas e entendimentos ruidosos.

Histórico

Vamos pensar como foi nos últimos três anos.

Mesmo com certo alinhamento, e nomes qualificados, a oposição conseguiu fazer muita coisa. Projetar, de fato, um debate público.

A exceção foi Cabo Gilberto (PSL) que, no fim do ano passado e início deste, surfando na onda de insatisfação dos PMs, fez muito barulho contra  governador no movimento das Forças de Segurança.

É bom lembrar que a “lavagem de mãos” da base aliada do governador na AL também deu uma força para o Cabo. Não houve contradiscurso político e os parlamentares (quase todos) silenciaram.

Seguindo

Wallber até que tentou nas redes sociais, mas os questionamentos levantados ao longo desses últimos anos, se diluíam em poucas horas.

Eram pressionados por pontos de inconsistências nas denúncias. A parte era vendida como o todo e a problematização não ganhava força.

Os tucanos Tovar Correia Lima e Camila Toscano, habilidosos nos debates das sessões presenciais, não conseguiram imprimir um ritmo nas votações remotas.

A maior oposição que João teve na AL, nos últimos anos, foi a do G11. Governistas que se diziam independentes e deram mais trabalho que todos os oposicionistas juntos.

Pandemia

É preciso admitir que a pandemia deu uma ofuscada e a oposição na AL não deu trabalho aos “pensadores governistas”.

Os ex-aliados do governador Cida Ramos, Jeová e Estela também ensaiaram questionamentos da execução da política de governo, gestada por Ricardo Coutinho, mas também não pautaram debates que mexessem com a “tranquilidade” do governo.

O que esperar ?

São três oposições com interesses estratégicos bem diferentes, com tons diferentes, querendo ressaltar aspectos negativos do governo a partir de perspectivas diferentes. Ou o grupo multideológico será capaz de anabilizar os ataques à gestão ou só “agitarão água de açude” em períodos de estiagem.