Sob pressão, José Mauro Coelho pede demissão da presidência da Petrobras

O afastamento ocorre em meio à pressão política do governo e do Congresso Nacional após reajuste de preços do diesel e da gasolina, em vigor desde o último sábado (18). 

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Petrobras informou, nesta segunda-feira (20), que José Mauro Coelho pediu demissão da presidência da companhia. Em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa não informou quem deve ocupar a vaga. Ela será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras.

O afastamento ocorre em meio à pressão política do governo e do Congresso Nacional após reajuste de preços do diesel e da gasolina, em vigor desde o último sábado (18).

O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP), agendou para hoje uma reunião com líderes partidários para analisar a proposta de taxação dos lucros da Petrobras.

A Petrobras paga nesta segunda-feira a 1ª parcela da distribuição de R$ 48,5 bilhões em remuneração a acionistas, aprovada no início de maio por seu Conselho de Administração. Dos R$ 24,25 bilhões que serão pagos nesta segunda-feira, a União receberá R$ 8,85 bilhões.

O valor bruto distribuído nesta segunda-feira corresponde a dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 1,857745 por ação ordinária e preferencial em circulação, com base na posição acionária de 23 de maio de 2022.

Dança das cadeiras

Terceiro executivo a comandar a estatal no governo Jair Bolsonaro, ele ficou no cargo pouco mais de dois meses. Foi o segundo menor período de gestão da empresa desde o fim da ditadura militar.

O primeiro a assumir o comando da estatal durante o governo Bolsonaro foi o economista Roberto Castello Branco, indicado logo após as eleições de 2018.

Castello Branco foi nomeado para cargo em janeiro de 2019 e demitido em fevereiro do ano passado pelo presidente, que alegou estar insatisfeito com os reajustes nos preços de combustíveis durante a gestão do economista.

O nome indicado para substituir Castello Branco foi o general Joaquim Silva e Luna. O militar tomou posse do cargo em abril de 2021 e permaneceu no posto até março deste ano.

O general permaneceu 343 dias no cargo e foi demitido em abril deste ano por ter seguido a lógica de mercado para definição dos preços.

Após a saída de Silva e Luna, o governo chegou a indicar os nomes do economista Adriano Pires e do empresário Rodolfo Landim para assumir o comando da estatal, no entanto, ambos informaram que não poderiam assumir os postos.

Em abril, o governo indicou José Mauro Coelho para assumir o comando da estatal. O executivo assumiu a presidência da Petrobras no dia 14 do mês passado.

Com informações do g1