Milton Ribeiro é preso em operação que apura esquema de propina com pastores no MEC

O mandado foi expedido no âmbito da operação “Acesso Pago”, deflagrada da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (22).

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O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso preventivamente, nesta quarta-feira (22), em Santos, litoral de São Paulo. O mandado foi expedido no âmbito da operação “Acesso Pago”, deflagrada da Polícia Federal (PF) com o objetivo de investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos da educação a pastores aliados do governo Bolsonaro.

A PF investiga Ribeiro por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). Há suspeita de cobrança de propina.

Em nota, a PF afirma que a investigação iniciou-se com a autorização do STF em razão do foro privilegiado de um dos investigados. “Os policiais basearam a investigação em documentos, depoimentos e no “relatório final da investigação preliminar sumária” da Controladoria-Geral da União (CGU). Foram identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas”, afirma.

O juiz federal Renato Borelli determinou que o ex-ministro seja levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, e que a audiência de custódia seja realizada nesta quinta-feira (23) durante a tarde.

Além do mandado contra o ministro, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e outros quatro mandados de prisão, distribuídos pelos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. Além disso, há medidas cautelares, como a proibição de contatos entre investigados e envolvidos.

O caso

O inquérito foi aberto após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar, em março, a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos pastores.

Dias depois, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o ministro no áudio.

“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, complementou Ribeiro.