Vamos ser bem sinceros e racionais: tem lógica o partido Republicanos, independentemente da força que tem, exigir a vaga de vice, com suas principais lideranças apoiando o pré-candidato ao Senado da chapa contrária? Não.
A defesa que Hugo Motta, Adriano Galdino, Wilson Santiago fazem de Efraim Filho é legítima demais. Afinal, eles “negociaram a base antes”, houve entrega de “espólio” e, em determinado momento, até usaram o apoio para forçar o governador escolher o deputado federal do União Brasil. Mas não aconteceu o esperado.
Agora, não tem o que fazer: ou o Republicanos rompe e vai para oposição ou se contenta em ser aliado do governo João Azevêdo, sem espaço na chapa majoritária.
E não deve romper. Apenas um ou duas lideranças não dependem do governo e podem voar sozinhas em suas candidaturas. Sem citar nomes, se o rompimento acontece, “as pernas quebram”.
Indicar dois nomes para vice faz parte do jogo para o fortalecimento simbólico, mas não tem lógica no jogo formado.
Por outro lado
Aguinaldo Ribeiro (PP) ao colocar o governador na “parede” exigindo a vice ainda não entregou o que prometeu: afora Cícero Lucena (PP), cadê os prefeitos aliados de Aguinaldo que vão declarar apoio explícito ao projeto de João Azevêdo?
Em Bayeux, por exemplo, corre solta a notícia que Luciene Gomes vai anunciar apoio a Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Luciene é aliadíssima de Daniella Ribeiro (PSD), irmã de Aguinaldo.
Aliás, a própria Daniella, por exemplo, ainda não fez um evento público, com declaração clara de apoio ao governador.
Ou seja, “os Ribeiro” ainda estão em dívida com o governador, mesmo “impondo” a vice.
Em caso de rompimento, em Guarabira, os Paulinos terão que refazer um discurso que fora desconstruído com dificuldades, porém não gratuitamente. Basta ver para crer. A saída dos aliados dos cargos recentemente conquistados significaria a, já evidente porém não concreta, derrota de Raniery para federal, que precisará do governo para se manter vivo politicamente. Pode o Republicanos romper, mas os Paulinos não soltarão a mão do Tio João.