Opinião: fazer oposição não é necessariamente antecipar do debate eleitoral

A mais de um ano e meio da disputa municipal não há nenhum problema um deputado estadual ou vereador subir na tribuna para criticar gestores. Faz parte do caminho antes da eleição.

Foto: reprodução/ALPB

Nas últimas semanas, houve uma confusão proposital aqui na Paraíba. Colocar a antecipação do debate eleitoral no mesmo balaio de fazer oposição política. Tudo bem que muitas vezes elas se confundem. Mas não são, necessariamente, a “mesma coisa” e não podem ser colocadas na vala comum.

A mais de um ano e meio da disputa municipal não há nenhum problema um deputado estadual ou vereador subir na tribuna para criticar gestões municipais. Faz parte do caminho antes da eleição. Faz parte do debate político necessário.

A eleição é de quatro em quatro anos, mas os benefícios e os malefícios da política chegam à vida do cidadão diariamente.

Aliás, se forem inteligentes, os auxiliares e os próprios prefeitos vão usar as críticas para resolver os problemas, antes de chegar a eleição propriamente dita. A não ser que estejam vivendo em uma bolha, achando que está tudo perfeito.

Na realidade, o debate político-eleitoral é antecipado muito mais pela imprensa, quando tenta descobrir no “especulômetro” quem será o candidato, quais as alianças, como será o cenário eleitoral. E não há demérito.

A população gosta desse ‘fuxico eleitoral’ e dá, sim, audiência e cliques. Mas, no fundo, quem dita o ritmo do debate nessa linha é a classe política. Quando quer, coloca fogo, quando não quer, evita. Mas, na maioria das vezes, usa os microfones para lançar balões de ensaio, testar os nervos da opinião pública a seu favor.

Mas é dever do parlamentar  estadual ou municipal apontar problemas, fazer questionamentos, fiscalizar ações e programas do prefeito da capital, de Campina, de Cajazeiras, Mamanguape… de qualquer cidade ou da região que representa. Claro que por trás, quase sempre, tem o interesse eleitoral.

Por outro lado, é bom lembrar, que todas as ações, programas e projetos dos governos têm o mesmo objetivo: eleitoral – mesmo com todos os benefícios sociais e econômicos que, eventualmente, essas ações tragam.

Então, não venham com essa de relativizar o debate dos problemas de uma cidade, principalmente da capital e dos grandes centros da Paraíba, alegando que é eleição atencipada.

Silenciar é omissão antecipada. Quem tiver no governo que aprenda a transformar “as pedras da oposição” em solução para os problemas da população.