POLÍTICA
Delação de Delcídio não será incluída no processo de impeachment de Dilma
Decisão foi motivada por reação da base aliada de Dilma Rousseff, que defende que a presidente ganhe novo prazo de defesa.
Publicado em 22/03/2016 às 13:09
As informações da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS), ex-líder do governo no Senado, não serão incluídas no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi tomada pela comissão especial da Câmara após a base aliada do governo classificar a inclusão como ilegal, por ser feita após a abertura do procedimento de afastamento da presidenta e por se tratar de tema diferente do pedido inicial.
“Ponderamos e entendemos que não devemos aceitar [a inclusão da delação] para não judicializar o processo. Queremos fazer tudo dentro do rito do impeachment que foi definido pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou o relator do caso, Jovair Arantes (PTB-GO). Ele afirmou que, concluído o prazo de 10 sessões do plenário da Câmara para que Dilma se defenda, conseguirá terminar seu relatório nas cinco sessões seguintes, conforme define o Regimento Interno da Casa.
As declarações de Delcídio foram anexadas ao pedido original pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Segundo o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente do colegiado, isso teria sido feito pelos autores do pedido de impeachment, Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal.
Com a retirada da delação, governistas defendem que a presidenta Dilma Rousseff seja novamente notificada e tenha prazo de defesa reiniciado; a oposição afirma que há "exegeros" nesse pedido. “Cada um tem o direito de exercer seu papel político. A cada dia será criado um entrave para postergar, mas nosso entendimento é acelerar esse processo”, criticou o deputado Jovair Arantes.
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