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POLÍTICA

Jovens da PB reduzem participação nas urnas

Especialista diz que menos participação nas urnas pode indicar descrédito na política.

Publicado em 12/05/2013 às 19:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 15:52


Vinte e três anos após a conquista da redemocratização no Brasil, com o direito ao voto direto e o fim da censura, a participação política parece ser uma construção de ideal que alterna, ora participação efetivada por meio do voto, ora pelos debates e embates entre os apaixonados por política assim como o brasileiro o é por futebol. É diante dessa contradição que os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam um traço marcante no perfil dos jovens paraibanos com idades entre 16 e 24 anos: a redução na participação nas urnas.

Em um comparativo entre as duas últimas eleições para prefeitos e vereadores, no Estado, 23.203 eleitores entre essa faixa etária deixaram de votar em 2012, levando-se em consideração os 595.866 votantes das eleições municipais de 2008. Por outro lado, jovens se dedicam a uma espécie de 'arena' nas redes sociais para discutir a política partidária, gestões públicas e problemas da cidade e Estado em que moram.

O cientista político e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba, Ítalo Fittipaldi, reforçou que dados que mostram menos participação nas urnas pode indicar um certo descrédito na participação política, ao menos no que diz respeito à representação do povo. “Os jovens não se sentem representados e nem se sentem parte da solução porque embora haja representação, trabalha-se contra, dizendo que essa representação não vale nada. Vivemos no Brasil uma contradição paradoxal: todo mundo em tese valoriza a participação popular, mas faz campanha contra essa representação. Por exemplo, política é sinônimo de corrupção e parlamento é um espaço deslocado da realidade. Por que eles votam menos e discutem mais política nas redes sociais? Sem sombra de dúvidas, existe uma apologia ao estar na vitrine. O jovem encontra nas redes sociais o espaço ideal para dizer o que pensa, o que não deixa de ser democrático, afinal, não é regulado a ponto de não se emitir opinião”, disse.

Comparando as eleições municipais de 2008 e de 2012, verifica-se a redução da participação dos jovens entre um e outro pleito. Em 2008, os jovens com 16 anos que votaram totalizaram 42.555 enquanto que quatro anos depois esse número caiu para 41.557, o que pode indicar a não opção de novos jovens por fazer uso do voto voluntário. Nas faixas etárias seguintes, a mesma redução é identificada. Na faixa dos 18 aos 20 anos houve registro de 12.700 votantes a menos em 2012 do que em 2008, que registrou 208.255 eleitores. Com 17 anos, em 2008 o número era de 54.425, e caiu na eleição seguinte para 54.416.

Queda também dos 18 aos 24 anos

A partir dos 18 anos, idade em que o voto é obrigatório, o mesmo decréscimo é verificado. Dos 18 aos 20 anos houve 208.255 votantes em 2008 e a queda em 2012 para 195.555.

Na última faixa etária considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como referência para a categoria jovem, dos 21 aos 24 anos, os dados do TSE revelam que também houve redução de votantes. Em 2008 foram às urnas na Paraíba 290.631 eleitores e em 2012 caiu para 281.135 pessoas. Ítalo Fittipaldi reforçou que apesar da redução nos números registrados pelo TSE, os jovens largaram as questões revolucionárias e atualmente centram esforços em defesa de ideias mais cotidianas. “O que vai atrair o jovem são aspectos pontuais da vida em sociedade. Ainda há a herança de se pensar que o governo federal vai resolver a iluminação da praça perto de casa, mas a preocupação com o espaço micro começa a se desenvolver e o jovem tende a se preocupar mais com o bairro e a cidade em que mora”, disse.

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
O mesmo fenômeno de redução de jovens votantes não é verificado quando se compara as eleições municipais com a proporcional para presidente, governador, deputados federais e senadores. Pelo contrário, verifica-se um aumento.

Nas eleições municipais de 2012 o número de jovens votantes na Paraíba com idade entre 16 anos (41.557 votantes) e 17 anos (54.416) foi superior ao registrado nas eleições estaduais de 2010, que registrou 31.298 e 45.072 eleitores, respectivamente.

TRE busca recrutar novos eleitores

A redução da participação dos jovens nas urnas é reconhecida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), responsável pelo processo eleitoral e pelas campanhas para recrutar eleitores, especialmente, os que podem votar de forma facultativa por terem idade igual ou superior a 16 anos. O diretor do TRE, Roberto Emílio Hardman, ressaltou que, por meio da Escola Judiciária Eleitoral, o tribunal vem desenvolvendo, diante da proximidade de cada pleito, campanhas educativas com fins de ampliar os números de recrutamento. “O TRE tem desenvolvido campanhas educativas inicialmente para esclarecer aos jovens dúvidas sobre o voto consciente e estimular os jovens a exercitar a cidadania para que tenham efetiva participação na cidade”, frisou. As ações concretas, segundo Roberto Emílio Hardman, consistem em deslocar postos volantes do TRE para o cadastramento dos jovens em estabelecimentos escolares e universidades. “Pretendemos atingir a maioria dos eleitores jovens em espaços principalmente como os de educação para garantir o cadastramento e incentivar que desde cedo o jovem adquira interesse na democracia”, reforçou.

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Jornal da Paraíba

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