Militantes protestam contra expulsão de Bira do PSB

O Conselho de Ética do PSB se reuniu ontem, no Hotel Xênius, para avaliar o caso da expulsão do vereador Bira Pereira (PSB).

Seriam ouvidos os quatro filiados que entraram com pedido para que o partido expulsasse o parlamentar e também sete testemunhas de defesa. No entanto, a militância de Bira realizou um protesto contra a ação do PSB enquanto acontecia a reunião.

Sentindo-se pressionado, o relator do processo decidiu suspender a audiência. A Polícia Militar e a Justiça Eleitoral estiveram no local e um trio elétrico que era usado pelos apoiadores do parlamentar acabou sendo apreendido.

“Essas pessoas espontaneamente estão repudiando essa atitude autoritária, antidemocrática do PSB aqui em João Pessoa. É importante que a população saiba que esse processo todo começou depois das derrotas sucessivas que o partido teve na Justiça, quando tentou a todo momento negar a nossa candidatura”, disse Bira Pereira. O vereador só chegou ao local após o término da reunião do Conselho de Ética.

Enquanto o Conselho se reunia, dezenas de militantes se reuniram em frente ao hotel, com apitos e gritando palavras de ordem contra o processo de expulsão de Bira. Em dado momento eles adentraram na área do empreendimento e a Polícia Militar foi chamada ao local, pela gerência, para controlar os ânimos. O relator do processo, Thiago Paes, disse que essa ação dos militantes foi o que fez com ele decidisse suspender a reunião. “Eles ingressaram nas dependências do hotel, bateram na janela, chutaram as portas, eu inclusive me senti coagido diante das atitudes perpetradas pelos correligionários do vereador Bira”, destacou.

Thiago explicou que apenas um dos quatro filiados que ingressaram com o pedido de expulsão de Bira chegou a ser ouvido. O relator afirmou à reportagem que ainda marcaria uma nova reunião para continuar a ouvir os representantes do processo e as testemunhas de Bira. Todavia, os advogados de Bira mostraram a ata do encontro de ontem, onde o próprio Thiago deixou agendada uma nova audiência para a próxima quinta-feira na sede do PSB.

“O relator foi designado de forma equivocada, já que é suplente do conselho e não poderia nem estar conduzindo esse processo. Se ele não preparou, se não conseguiu a estrutura necessária para a audiência, nós não somos os responsáveis”, afirmou o advogado Gabriel Honorato, rebatendo a argumentação de Thiago Paes. Ainda conforme Gabriel, a defesa de Bira foi impedida pelo relator de fazer perguntas durante a audiência.

De acordo com Bira, o julgamento do PSB para sua expulsão é um jogo de cartas marcadas, pois o presidente do partido em João Pessoa, Ronaldo Barbosa, recentemente teria dado declarações dizendo que ele estava fora da sigla. “Na semana passada ele próprio antecipou o julgamento. É preciso que as instâncias sejam respeitadas e que o direito ao contraditório seja também posto”, disse o parlamentar.

Além da Polícia Militar, a Justiça Eleitoral também esteve no Xênius durante o protesto dos correligionários de Bira Pereira e apreendeu um trio elétrico que estava sendo usado no ato. Os fiscais explicaram que mesmo o veículo tendo autorização, ele não poderia ficar parado.