Multidão comparece ao sepultamento do poeta

Uma multidão marchou em romaria para dar o último adeus a Ronaldo Cunha Lima, ontem, em Campina Grande. O cortejo fúnebre do poeta saiu do Parque do Povo às 15h50, com milhares de pessoas e um vasto esquema de segurança, seguindo em caminhada silenciosa rumo ao cemitério do bairro do Monte Santo, onde se realizou o sepultamento do ex-governador da Paraíba, por volta das 16h30.

Com honrarias de chefe de Estado, salvas de tiros marcaram o início do percurso que levaria o corpo de Ronaldo ao túmulo da família Cunha Lima. Um tapete vermelho foi estendido sobre o local de saída do caixão na rua Sebastião Donato e na chegada do esquife à entrada do cemitério. Durante todo o trajeto, sob chuva e sol, entre abraços acalorados e lágrimas em vários rostos, a população compareceu em massa a todos os momentos derradeiros que marcaram a comovente despedida.

Amigos, familiares e autoridades paraibanas se fizeram presentes. Durante todo caminho percorrido, a multidão se aglomerava para acompanhar de perto a última passagem do político pelas ruas de Campina Grande. Atirando flores, entoando músicas de suas antigas campanhas ao governo do Estado e à prefeitura campinense, gritando seu nome e ainda ovacionando o caixão onde era levado o corpo, o povo ao seu modo agradeceu a Ronaldo pelos anos dedicados ao serviço público.

Ao longo do cortejo, três ruas foram interditadas e, no entorno do cemitério do Monte Santo, outras quatro vias tiveram seu fluxo de veículos interrompido. De acordo com a Polícia Militar, o público que acompanhou o velório e o cortejo chegou a 100 mil pessoas.

Por onde seguia o caixão, a população rendia suas homenagens também em cartazes, faixas e mantos com fotos e homenagens ao poeta.

O trajeto percorreu a rua Índios Cariris, passando pela rua João Pessoa, atravessando a praça Félix Araújo e finalmente chegando ao cemitério.

No cemitério do Monte Santo, outra multidão aguardava ansiosamente para recepcionar a chegada de Ronaldo. Ao ingressar no local, o corpo do poeta foi sepultado sob a trilha sonora de 'Luzes da Ribalta'. Segundo o senador Cássio, para este momento seu pai havia explicitado o desejo de que fosse tocada a música, publicada em filme homônimo de Charles Chaplin. “O poeta não morreu, ele ficará eternizado em nossas vidas”, disse Cássio.