Mudança na lei de improbidade é “metástase” contra combate à corrupção, avalia chefe do Gaeco

Projeto aprovado no Senado teve votos favoráveis dos três senadores paraibanos e é apoiado pelo Governo

Mudança na lei de improbidade é "metástase" contra combate à corrupção, avalia chefe do Gaeco
Foto: Arquivo Jornal da Paraíba

O termo é usado, via de regra, para caracterizar o espalhamento por todo o corpo de células cancerosas. Mas pode, muito bem, servir de conceito para as mudanças recentes feitas pelo Congresso Nacional na legislação, que dificultam o combate à corrupção e ao mau uso de recursos públicos.

A aprovação no Senado ontem, de alterações na lei de improbidade, foi mais um capítulo desse script.

Essa, pelo menos, é a avaliação do coordenador do Gaeco, do Ministério Público da Paraíba, promotor Octávio Paulo Neto.

“É mais um sintoma da metástase do sistema de de combate à corrupção. A gente percebe que uma parte da classe politica está imbuída do propósito de enfraquecer todo esse sistema, para criar um ambiente de blindagem e fazer com que esses agentes políticos se escusem da Justiça”, avaliou o promotor.

“É um processo de involução. A gente está regredindo”, disse ao Blog o chefe do Gaeco.

O projeto foi aprovado em um único dia, na CCJ e no Plenário do Senado Federal.

Ele teve, inclusive, os votos favoráveis dos três senadores paraibanos: Daniella Ribeiro (Progressistas), Nilda Gondim (MDB) e Veneziano Vital (MDB).

A proposta já havia sido aprovada na Câmara com o apoio do Governo. O próprio presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do projeto, recentemente, durante entrevista.

Agora, após aprovação do Senado, o PL voltará à Câmara – já que foi modificado. Após ser analisado pelos deputados, caso seja mantido, seguirá para sanção.