A reunião de ontem entre Governo e as entidades que representam os militares, na Paraíba, terminou com o anúncio de um reajuste de 10% e a incorporação, em 36 meses, de 80% da Bolsa Desempenho paga aos ativos – há 11 anos – para os inativos.
Além das propostas, o encontro terminou com a sinalização de continuidade do diálogo entre as categorias e o Governo. Uma nova reunião foi marcada para amanhã, com o governador João Azevêdo (Cidadania).
No geral, as entidades avaliaram que houve ‘avanço’ nas negociações. Eles pleiteavam uma incorporação de 100%, mas saíram do encontro com a proposta de um índice superior ao ofertado em 2019 – quando o Governo ofereceu 50% de incorporação.
Azevêdo também anunciou ontem que pretende ampliar a incorporação de desempenho para a Polícia Civil.
O Governo tenta evitar o prolongamento da crise com os militares, iniciada com a aprovação da Lei de Proteção Social dos Militares na Assembleia. Uma crise, aliás, que foi minimizada demais pela gestão – mesmo diante do risco de uso político do movimento.
Ao mesmo tempo em que Governo e entidades tentam chegar a um consenso, alguns atores políticos com trânsito entre os militares tentam tirar proveito da crise. Convocam para mobilizações, estimulam a continuidade do impasse.
Querem, claro, dividendos eleitorais em um ano em que os paraibanos irão às urnas.
O Governo, tardiamente, pisou no acelerador para conter a crise. As entidades que representam os militares – e querem evitar a politização das reivindicações – sinalizam que pretendem continuar dialogando.
Moeda de troca para as próximas eleições. A Paraíba caminha na contramão da ilegalidade quando concede a incorporação da bolsa desempenho em 36 meses. O Estado não pode deixar essa despesa para o próximo governo. Não vamos aceitar essa brincadeira com a Polícia Militar. Governador, conceda algo justo e legal para as forças de segurança e deixe o palanque eleitoral para quando iniciar sua campanha de reeleição. O Estado não pode servir para benefício próprio.