O hospital municipal Doutor Edgley, de Campina Grande, passou ontem por mais um ‘apagão’. O rompimento em um cabo de alta tensão, conforme a prefeitura, teria provocado o problema. Pacientes tiveram que ser transferidos às pressas durante a noite, provocando apreensão (totalmente justificável) nos familiares.
A situação, infelizmente, não é isolada.
É o quarto ou quinto episódio semelhante em unidades hospitalares do município este ano. Apagões já foram registrados no próprio Edgley, no Hospital da Criança e também no Isea.
No caso do Edgley, havia gerador no hospital, mas o aparelho não teria funcionado com capacidade suficiente para evitar o desabastecimento elétrico. A Secretaria de saúde agiu rápido, ainda ontem à noite, e restabeleceu a energia. Hoje pela manhã, contudo, a unidade enfrentou novas dificuldades.
No caso do Isea, a estrutura antiga provocou, na época, os desligamentos.
Independente das razões, é inadmissível que apagões recorrentes continuam acontecendo nas unidades hospitalares do município. É a vida das pessoas que fica sob risco. Pacientes já internados em UTIs não podem ser submetidos a isso.
A prefeitura precisa garantir que os hospitais tenham sistemas próprios capazes de assegurar o funcionamento, mesmo diante de fatos externos ou de questões antigas – de estrutura. Na cidade da tecnologia, que tem o curso de Engenharia Elétrica referência nacional na UFCG, os apagões são vergonhosos. É o básico.
A gestão municipal tem o dever de apresentar soluções. Não paliativas, mas estruturais e concretas.
O chamamento da matéria nada tem haver com a questão de falta de energia. A cidade é repleta de problemas, ruas esburacadas, escolas ruins, falta de saúde e atendimento de qualidade, falta de segurança, e a tecnologia só é lembrada quando é conveniente. Estamos propagando uma características da universidades da cidade, como algo geral na cidade, de modo exagerado, no dia a dia do cidadão, que pega ônibus, que mora em casas precárias, que ficam em filas para se alimentar, a tecnologia pouco ajuda. A imprensa poderia mostrar as coisas reais e não vendendo ilusão, e interesse políticos dos dominantes. A democracia agradece a imprensa livre, mas realmente livre.