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Farra de 'apadrinhados': em ano eleitoral, prefeituras gastam R$ 164 milhões com comissionados e contratados
Publicado em 07/08/2020 às 11:47 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:27
Dados estão disponíveis no site do Tribunal de Contas da Paraíba. Prefeituras mantêm 79.878 servidores sem concurso público
A cifra é astronômica. E é do tamanho do desrespeito ao mandamento constitucional que estabelece que o ingresso no serviço público deve ser feito através de concurso público. Juntas, as prefeituras da Paraíba têm uma folha de pagamentos mensal que chega a R$ 164.572.183,00. O montante é referente ao mês de junho deste ano e foi pago a servidores comissionados e contratados por excepcional interesse público pelos municípios paraibanos.
Em um ano eleitoral e com pandemia, as prefeituras mantêm 79.878 servidores nessa condição. Eles são, via de regra, potenciais eleitores e muitos se transformam em cabos eleitorais durante o pleito. E mais que isso: não possuem estabilidade e, no caso dos contratados, não têm direito ao recebimento de 13º salário.
Os dados do Tribunal de Contas do Estado mostram que do mês de março deste ano até junho houve um acréscimo considerável no número de contratos por excepcional interesse público. Eram 54,9 mil em março e em junho esse quantitativo saltou para 56,3 mil - um aumento de 1,4 mil contratações.
Analisando individualmente as prefeituras das três cidades mais importantes do Estado, os dados mostram que Campina Grande possui 8.477 servidores contratados por excepcional interesse público e 521 comissionados. Já João Pessoa tem, segundo o quadro demonstrativo do TCE, 16.016 contratados e 1.539 servidores comissionados. No caso de Patos, são 418 contratos e 234 cargos em comissão.
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