Pesquisa da FCDL-PB mostra que 37,7% das empresas demitiram na pandemia e 68,1% não conseguiram crédito junto a governos

Levantamento foi feito entre os dias 21 de maio e 3 de junho. Mais de 26% dos estabelecimentos consultados estão fechados na pandemia

Uma pesquisa feita pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB) mostra um cenário preocupante para as empresas paraibanas. Durante a pandemia do coronavírus, 37,7% dos estabelecimentos tiveram que demitir funcionários por conta da crise e boa parte dos empreendimentos está sob o risco de colapso total de suas atividades. Por outro lado, 68,1% dos empresários consultados disseram que não conseguiram ter acesso a linhas de créditos de governos (Federal e do Estado). A pesquisa ouviu 138 empresários entre os dias 21 de maio e 3 deste mês.

Outros dados da pesquisa também merecem atenção: 26,8% das empresas estão fechadas, 38,4% funcionando com medidas restritivas, 26,1% decidiram manter as atividades em plataformas virtuais e 8,7% continuam abertas durante a pandemia.

Ao serem questionados sobre a possibilidade de manutenção das medidas de isolamento social, 28,3% dos empresários paraibanos disseram que conseguem manter os empreendimentos somente pelos próximos 15 dias; 42% afirmam que as atividades sobreviveriam por um ou dois meses a mais de isolamento; 8% garantem manter os empreendimentos por um período entre 3 e 5 meses; 8,7% por mais de 3 meses; e 13% acreditam que se manteriam no mercado através de plataformas digitais.

Confira a pesquisa na íntegra

Diagnóstico

A leitura dos números indica uma realidade cada vez mais evidente: os empreendimentos paraibanos não suportarão, por mais muito tempo, a manutenção do fechamento das atividades. Já são mais de 80 dias de isolamento social no Estado. O prolongamento de um ou dois meses de suspensão do funcionamento, por exemplo, mostra-se inviável para muitos estabelecimentos.

Um outro ponto, a ser considerado, é que não fizemos o nosso 'dever de casa'. Em meio ao crescimento de casos e durante as medidas de isolamento, boa parte da população descumpriu sistematicamente as regras e cautelas orientadas pelas autoridades de saúde - elevando os riscos de transmissão da doença. Já o Poder Público (incluídos aqui União, Estado e Municípios) não conseguiu, até agora, criar um aparato de saúde suficiente para garantir o cumprimento do que foi previsto no plano de contingência para o enfrentamento da covid-19. Dos 416 leitos de UTI prometidos, 340 foram instalados -  um déficit de 76 unidades.

Por enquanto temos de um lado a necessidade de retomada das atividades econômicas e, do outro, o descontrole de uma pandemia que já matou 507 paraibanos. O 'salve-se quem puder' continua, infelizmente, ameaçando as duas margens.