Veneziano nega aumento e diz que grevistas desconhecem realidade

Karoline Zilah

O prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego (PMDB), se reuniu na tarde da quinta-feira (4), no Palácio do Bispo, com a direção Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (Sintab), com o objetivo de negociar o aumento salarial e as outras exigências feitas pela categoria. Foi o primeiro encontro entre o prefeito e os grevistas, que já paralisaram as atividades há dez dias.

Durante a audiência, o prefeito explicou que a reivindicação de reajuste salarial acima de 6% não poderia ser concedida devido a uma impossibilidade técnica. Segundo ele, o município não poderia suportar um reajuste superior ao que foi oferecido anteriormente pela Prefeitura.

Acompanhado dos secretários de Finanças, Administração e Educação, Veneziano explicou que o município estaria enfrentando um momento de dificuldades por conta do corte de verbas do Fundeb e FPM, além dos reflexos da crise internacional. Ele explicou que, caso seja aceito pelos grevistas, só o aumento de 6% já representaria um acréscimo na folha da ordem de aproximadamente R$ 800 mil mensais, além de elevar o percentual gasto com pessoal para quase 51% das receitas, limite máximo permitido pela LRF.

Na mesma tendência das justificativas dada pelo prefeito, os secretários mostraram dados técnicos na tentativa de comprovar a impossibilidade de atender o reajuste pleiteado pelo Sintab, superior aos 12%.

A Coordenação de Comunicação de Campina Grande (Codecom) informou que o presidente do sindicato, Napoleão Maracajá, teria demonstrado “desconhecimento” da realidade orçamentária e financeira do Poder Municipal. Para ficar a par do balancete, ele teria se disponibilizado a enviar um ofício à Secretária de Administração para obter dados sobre as condições atuais da Prefeita, o que, segundo a Codecom, “deveriam ter sido solicitados antes do início do movimento grevista”.

Veneziano ainda comentou que quem sai prejudicado com a greve é a sociedade, uma vez que estão suspensos os serviços em escolas e postos de saúdes. “Apesar disso, o prefeito reafirmou que não existe qualquer forma de perseguição aos grevistas, mas lamenta a falta de reconhecimento por parte de algumas lideranças sindicais quanto às grandes conquistas obtidas pela categoria nos últimos anos”, divulgou a Codecom.

Ainda da parte da Prefeitura, foi afirmado na reunião que algumas da reivindicações já são pontos “vencidos”, pois já teriam sido concretizados pelo atual governo, como a realização de concurso público e convocação dos aprovados, pagamento em um único dia e no mês trabalhado, calendário de pagamento, aprovação do Planos de Cargos e Carreira, regularização dos repasses previdenciários, dentre outras.

A greve

Os funcionários públicos da Prefeitura Municipal de Campina Grande, de todas as categorias, estão em greve desde 26 de maio, com mais de cinco mil servidores parados. Médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, agentes de trânsito, professores, garis e funcionários de outros setores decidiram aderir ao movimento.

Os servidores reivindicam, entre outras coisas, reajuste de 12,4%, incluindo os aposentados; atualização do pagamento dos terços de férias; pagamento regular dos adicionais de insalubridade, periculosidade ou atividades penosas; inclusão de crédito nos vales-transporte no início de cada mês; incorporação da diferença dos vencimentos e dos quinquênios, além de elaboração de Planos de Cargos para as categorias que ainda não possuem.