QUAL A BOA?
Interestelar é um belo filme, mas, até hoje, ninguém supera 2001: Uma Odisseia no Espaço
Publicado em 27/01/2021 às 8:27 | Atualizado em 22/06/2023 às 12:51
Com indesculpável atraso de seis anos, afinal, vi Interestelar, de Christopher Nolan.
É um belo filme de ficção-científica.
Mescla muito bem tensão e contemplação nessa bem narrada história que fala do tempo e do desejo que o homem tem de conquistar outros mundos fora da Terra.
Chega perto das três horas, mas mantém o espectador preso à narrativa.
Na época da estreia, lembro de gente criticando o excesso de explicações, um certo didatismo do roteiro.
É verdade. O filme é assim.
Mas não me parece um defeito, visto que Interestelar não se pretende um espetáculo intencionalmente enigmático como o clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço, embora tenha o filme de Stanley Kubrick como fonte de inspiração.
Interestelar também remete um pouco a Os Eleitos. Mas o filme de Philip Kaufman, sem ser FC, trata de um episódio real - o Projeto Mercury - da era da astronáutica.
Um aspecto interessante, que, agora, talvez tenha mais força do que em 2014, é o negacionismo que o personagem principal encontra nos professores dos filhos, um menino e uma menina adolescentes.
Numa conversa típica entre pais e mestres, a professora se queixa de que a menina levou para a escola um livro sobre o Projeto Apollo, aquele que, em 1969, conduziu o homem à Lua pela primeira vez. O problema é que o livro trata o projeto como fato histórico, enquanto a professora insiste na tese de que foi tudo uma encenação.
Interestelar pode figurar, certamente, entre os melhores filmes de ficção-científica realizados desde que o século XXI começou.
Mas, de uma coisa, tenho convicção. Ninguém fez nada comparável a 2001: Uma Odisseia no Espaço nesses 53 anos que nos separam do filme de Kubrick.
Eu sei, eu sei, há Solaris (o russo) e Blade Runner e Alien (o primeiro) e Contatos Imediatos do Terceiro Grau e, que seja, Gravidade e Interestelar.
Há tudo isso e muito mais, mas, de 1968 para cá, 2001 reina absoluto.
Reinventou o gênero, influenciou de alguma maneira o que veio depois e se consolidou como uma das obras-primas não só da ficção-científica, mas do próprio cinema.
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