QUAL A BOA?
O que restou da crítica de cinema gosta mesmo é de blockbuster!
Publicado em 01/06/2017 às 9:53 | Atualizado em 22/06/2023 às 13:55
Andei lendo uns textos sobre a Mulher Maravilha.
Um deles me deu saudades da crítica de cinema.
Do tempo em que havia crítica de cinema.
A sessão de imprensa da Mulher Maravilha tinha até jornalistas, diz o cara que escreveu o texto. O que tinha mesmo era gente do mundo digital fazendo selfie no cartaz do filme.
O crítico de cinema é uma espécie em extinção, diz o texto.
Vejam o exemplo da Paraíba. Atualmente, só há um crítico de cinema em atividade. É João Batista de Brito, um professor aposentado com mais de 70 anos que publica no seu blog (Imagens Amadas) e depois compartilha no Facebook. Não estou exagerando: João escreve de acordo com o cânone da melhor crítica de cinema do mundo. Conhece o objeto da crítica, tem admirável domínio do texto, sabe fundir o olhar afetivo do cinéfilo que é com o saber acadêmico que tem. Sua crítica pode ser lida em qualquer lugar pelo leitor mais exigente.
No passado, tínhamos isso todos os dias nos jornais. Lembram? João Batista é "filho" desse tempo.
Abríamos o Jornal do Brasil e tínhamos a dupla Ely Azeredo e José Carlos Avellar!
Abríamos A União, aqui tão perto de nós, e tínhamos Antônio Barreto Neto!
Abríamos o Diário da Borborema e tínhamos o jovem (e já brilhante) Bráulio Tavares!
Quem leu Paulo Emílio e Truffaut e Moniz Vianna e Kael e Ebert, agora vai ler o quê?
Gente que prioriza o blockbuster, o super herói, a franquia!
É triste, mas foi o que restou!
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