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QUAL A BOA?

Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

Publicado em 17/01/2018 às 7:55 | Atualizado em 22/06/2023 às 13:44

Nelson Pereira dos Santos fará 90 anos em outubro de 2018.

Estive duas vezes com o cineasta.

Na primeira, na redação da TV Cabo Branco, conversamos um pouco sobre os velhos cinemas de São Paulo.

Na segunda, no estúdio da TV O Norte, perguntei, e o homem que fez Vidas Secas respondeu que Vinhas da Ira, de John Ford, foi o filme que mais o influenciou na adaptação do livro de Graciliano Ramos para o cinema.

Lembrei desses breves encontros agora que os dois primeiros boxes da Coleção Nelson Pereira dos Santos me proporcionam uma revisão da obra desse grande realizador brasileiro.

As caixas vão de Rio, Zona Norte a O Amuleto de Ogum.

Reúnem, portanto, dez filmes de longa metragem.

Um outro box, com filmes baseados em Graciliano Ramos, me leva a Memórias do Cárcere.


				
					Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

Vou confessar: rever Nelson Pereira dos Santos me entristece.

Em primeiro lugar, porque tenho a convicção de que sua obra é pouco lembrada.

Entremos, por exemplo, numa sala de um curso de letras, ou de jornalismo, ou de história. Quantos jovens terão visto algum filme de Nelson Pereira dos Santos?

Ou abordemos os que hoje ocupam as editorias de cultura dos veículos de comunicação. Quantos conhecem o cinema de Nelson?

Em segundo lugar, porque o reencontro com sua filmografia expõe um grave problema do cinema brasileiro: a falta de conservação dos filmes. Algo que dificulta (quando não impede) os processos de restauração.

Fiquemos com El Justiceiro. O filme só foi restaurado (precariamente) porque havia uma cópia na Europa. As outras foram destruídas pela ditadura militar.

Mas rever Nelson Pereira dos Santos também me alegra e fascina.

Sim, porque significa estar diante do legado de um grande homem do cinema brasileiro. Um dos maiores.

Rever com distanciamento é bom porque já temos o efeito sobre os filmes do tempo que passou. E já podemos fazer o exercício de reinseri-los num outro Brasil, diferente (melhor?, pior?) do país em que eles foram realizados.

A primeira caixa abre e a segunda fecha com tentativas de Nelson de dialogar com grandes plateias, fazendo um tipo de cinema mais popular. Enquanto Rio, Zona Norte parece juntar a chanchada da Atlântida com o que viria a ser o Cinema Novo, O Amuleto de Ogum flagra o diretor saindo de um ciclo marcado por trabalhos experimentais e herméticos.

Vidas Secas é um clássico absoluto do cinema de qualquer tempo e de qualquer lugar. Boca de Ouro é talvez a melhor adaptação cinematográfica de Nelson Rodrigues, além de reunir dois homens chamados Nelson, um comunista e um reacionário.

A fase do autoexílio em Paraty coincide com os momentos mais sombrios do regime militar. Influenciado pelo cinema underground que conheceu nos Estados Unidos, Nelson rompe com a narrativa linear e, certamente, com os conceitos estéticos de um homem de esquerda.

Para ilustrar esse post, seguem meus seis filmes preferidos de Nelson Pereira dos Santos.

RIO, ZONA NORTE


				
					Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

BOCA DE OURO


				
					Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

VIDAS SECAS


				
					Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS

O AMULETO DE OGUM


				
					Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

MEMÓRIAS DO CÁRCERE


				
					Precisamos ver (ou rever) os filmes de Nelson Pereira dos Santos

Que tal revê-los agora nos 90 anos desse gigante do cinema brasileiro?

Imagem

Silvio Osias

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