QUAL A BOA?
Xuxa libertou-se, afinal, e agora recomenda que as pessoas vejam o filme "Amor, Estranho Amor"
Publicado em 03/11/2020 às 7:29 | Atualizado em 22/06/2023 às 12:52
Vi a entrevista de Xuxa a Renata Ceribelli.
Vi e gostei.
Poderia destacar outros momentos, mas dois, em particular, chamaram minha atenção.
Xuxa está lançando um livro infantil. Nele, a personagem principal - uma criancinha - não pertence a uma família formada inicialmente por um homem e uma mulher. Não. A família é homoafetiva. São duas mulheres. Aliás, pessoas da vida real que inspiraram a ficção.
É corajoso para um livro infantil. Mais ainda se considerarmos que Xuxa é a autora.
Outro tema que destaco na conversa com Renata Ceribelli: o filme Amor, Estranho Amor.
Volto, agora, a algo que escrevi há uns três anos:
Sempre lamentei a luta de Xuxa para tirá-lo de circulação.
Melhor seria ter assumido que fez o filme. A então Rainha dos Baixinhos teria sido mais verdadeira. Não foi. Preferiu esconder.
Amor, Estranho Amor, ao mostrar a personagem de Xuxa seduzindo um garoto, não está fazendo necessariamente a defesa da pedofilia.
O filme deve ser encarado como expressão artística. Foi realizado por um cineasta brasileiro importante que fez seus melhores filmes sobretudo nos anos 1960 e 1970.
Walter Hugo Khouri atuava em São Paulo, realizando filmes sofisticados que geralmente mostravam as angústias de um personagem chamado Marcelo. O personagem apareceu em muitos filmes, vivido por diversos atores. Era o alter ego de Khouri.
A "censura" acabou superdimensionando Amor, Estranho Amor. Virou um atraente fruto proibido.
Pois é. O tempo passou, e Xuxa mudou de ideia sobre o filme no qual atuou no início da década de 1980.
Ela agora defende Amor, Estranho Amor como ficção e produto artístico.
E vai mais longe: recomenda que as pessoas vejam o filme.
Logo quem, por uns 30 anos, para não macular a imagem de Rainha dos Baixinhos, conseguiu impedir a sua exibição.
A entrevista sugere que Xuxa libertou-se.
Aos 57 anos, ela está muito melhor.
É outra pessoa.
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