SAÚDE
Laudo descarta intoxicação por metanol como causa da morte de homem na Paraíba
Laudo do IPC não identificou metanol. A vítima morreu no sábado (4) em Campina Grande.
Publicado em 09/10/2025 às 10:28

Um laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC) descartou que a morte de Rariel Dantas, de 32 anos, foi causada por intoxicação por metanol. A vítima morreu no sábado (4), em Campina Grande, e foi o primeiro caso suspeito investigado na Paraíba.
O secretário de Saúde da Paraíba, Ari Reis, afirmou que deu negativo para metanol no exame de sangue, no exame de urina e no exame feito na bebida que o homem tomou no município de Baraúna.
Ele também afirmou que um segundo exame será realizado e deve apontar a verdadeira causa da morte de Rariel Dantas.
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O paciente, de 32 anos, havia consumido bebida alcoólica nos três dias anteriores à internação. Ele foi internado inicialmente no Hospital Regional de Picuí e depois transferido para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, onde não resistiu após três paradas cardiorrespiratórias.
Apreensão de garrafas de bebidas
Mais de 4 mil garrafas de bebidas alcoólicas foram apreendidas durante uma operação que prendeu um homem suspeito de adultar o material com metanol na cidade de Alagoa Nova, no Brejo da Paraíba, nesta segunda-feira (6). O suspeito foi solto após audiência de custódia.
As garrafas apreendidas são de cachaça. Segundo a Polícia Civil, a bebida é a mesma que foi consumida pelo homem de 32 anos, que morreu com supeita de intoxicação com metanol, em Campina Grande.

De acordo com o delegado Danilo Orengo, responsável pela operação, as bebidas foram encontradas na garagem da residência do suspeito, que funcionava como um local para envasamento do líquido das bebidas. "Ele adquiria a cachaça em tóneis, levava esses tóneis para o local e de lá ele individualizava em garrafas o conteúdo, rotulava, embalava e vendia", disse o delegado.
Amostas das bebidas foram recolhidas para análise que vai ser realizada pelo Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC). A expectativa é de que os resultados sobre a presença do metanol nas bebidas saiam em um prazo de 10 dias.
O Instituto de Polícia Científica na Paraíba (IPC) analisa também cerca de 50 garrafas que foram recolhidas no sábado (4), durante uma outra operação que interditou um depósito de bebidas na cidade de Baraúna. Essa perícia que vai ser realizada para saber não somente de saber se no material havia metanol, mas também outros elementos que pudessem causar alguma intoxicação.
Pais lamentam morte de Rariel Dantas
Os pais de Rariel Dantas, de 32 anos, que morreu no sábado (4), em Campina Grande, por suspeita de intoxicação após consumo de bebida adulterada com metanol, lamentaram a perda do filho e relataram os últimos momentos antes da internação.
“Não [dava pra imaginar], de jeito nenhum, porque aconteceu rápido, muito rápido, e fica uma situação de saudade”, disse o pai, Manuel Pereira.
A mãe, Rosilene Dantas, relatou que o filho demonstrou consciência do mal que o álcool estava lhe causando e chegou a prometer que abandonaria o consumo, caso conseguisse se recuperar.
“A gente conversava direto [com ele], todo dia dentro de casa [para parar com o consumo de bebida alcoólica], mas ele bebia. Tinha controle não. Era muito bom filho. Deu muita tontura, vomitou muito, ardor no estômago. Ele me disse: ‘mãe, se eu escapar dessa, não quero mais saber de bebida’. Eu disse: ‘muito bem, meu filho, queira não, queira mais estar bebendo não, porque bebida está lhe ofendendo’”, relatou Rosilene.
O pai, Manuel Pereira, lembrou que sempre aconselhava o filho a abandonar o consumo de bebidas alcoólicas e descreveu a cena de quando precisou carregá-lo nos braços até o carro, ao perceber a gravidade da situação.
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