Gastos com concurso são elevados, diz especialista

As oportunidades de concursos públicos são muitas até o final deste ano. Alguns já estão em andamento, como o do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros órgãos, como a Caixa Econômica Federal, Correios e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) prometem lançar editais em breve. Quem quiser aproveitar essas oportunidades deve preparar o bolso, pois concurso público exige investimento financeiro.

Os custos de um concurso são variáveis, dependem de muitos fatores. Dentre eles a esfera do órgão que vai realizar a seleção, taxa de inscrição, livros, apostilas, videoaulas, cursinhos, deslocamento e hospedagem (para casos de concursos em outras cidades), etc. O planejamento financeiro para quem não desiste de ingressar no serviço público exige atenção – e até sacrifícios – por parte dos concurseiros.

O diretor da Solaris Concursos, Rodrigo Andrade, disse que o investimento médio do candidato em um concurso gira em torno de R$700. Para seleções em outros estados, o investimento sobe para algo em torno de R$1,2 mil. “Para quem vai fazer o concurso do IFPB, por exemplo, e vai se matricular em um cursinho, deve se preparar para pagar cerca de R$450”, afirmou.

Tomando como base um candidato que vai fazer o concurso do IFPB, por exemplo, ele terá de pagar a taxa de inscrição de R$60. Se esse mesmo candidato tiver interesse em concorrer às vagas do IBGE, terá que desembolsar entre R$50 e R$110 de inscrição, dependendo do cargo para o qual se inscrever. Os gastos com inscrição são apenas o começo do investimento financeiro na longa jornada até a aprovação.

A compra de livros, apostilas e videoaulas também implica em colocar a mão no bolso. Pela internet, uma apostila com o conteúdo do IFPB está sendo vendida por R$65. Caso o candidato queira comprar a apostila e o acesso a videoaulas, terá que pagar em média R$150 pelo pacote.

Para o policial rodoviário federal Felipe Vilar, as apostilas e as mensalidades dos cursinhos sempre foram o que tiveram custos maiores. No entanto, ele disse que sempre que ia fazer o pagamento, lembrava que tudo aquilo fazia parte do processo de quem busca o sucesso nos concursos. Formado em Jornalismo, Vilar foi aprovado para o IFPB e posteriormente para a Polícia Rodoviária Federal.

A dica que ele deixou para os demais concurseiros foi procurar estudar pela internet, o que representa economia. “Eu fazia cursinho presencial e pela internet. O primeiro sempre era muito caro, mas o virtual não tinha esse problema”, declarou. Em muitos sites é possível encontrar videoaulas completas de assuntos que costumam ser cobrados nos concursos mais cobiçados do país.

PROVAS FORA DA PARAÍBA SÃO MAIS CARAS

Formada em Direito, Ana Luísa Diniz fez pelo menos cinco concursos públicos nos últimos cinco anos. Segundo ela, em toda seleção, sentiu no bolso os custos necessários para concorrer a uma vaga. “É muito caro. Quando a gente junta taxa de inscrição, cursinhos e apostilas, o preço vai para as alturas”, declarou. Ela agora está na expectativa para o edital do concurso da Polícia Federal, mas já sabe que mais uma vez terá que investir alto para entrar na disputa.

O bacharel em Química Ernani Lacerda, por sua vez, já participou de três concursos. Passou no último, para professor de uma instituição pública federal. Ele contou que em alguns casos acha o valor justo. “Tem muito concurso que vale o que você investe, principalmente quando você passa”, afirmou Lacerda. Ele disse que sempre que decide se inscrever em uma seleção, faz primeiro as contas se o investimento valerá a pena, caso ele seja aprovado.

Para quem fez as provas do concurso público da Assembleia Legislativa de Natal, no estado vizinho do Rio Grande do Norte, teve que arcar também com as despesas de deslocamento. Foi o caso de Laryssa Lima da Silva, que entrou na disputa por uma das vagas de analista com especialidade em enfermagem, cujo salário inicial é de R$6.215,20. Para não correr o risco de chegar atrasada e perder a prova, Laryssa saiu de João Pessoa no dia anterior à prova, e como não tem parentes na cidade potiguar, teve que pagar a diária de uma pousada, no valor de R$85. “Foi um investimento considerável, espero passar”, comentou. O resultado do concurso da AL-RN está previsto para ser divulgado no próximo dia 30.