Paul Simon, 75: ainda louco após todos esses anos!

Paul Simon faz 75 anos nesta quinta-feira (13). Se quisermos brincar com o título de sua canção, ainda louco após todos esses anos! Mas, nem tanto! Brinquemos com outra: apenas terno!

Falando sério! Paul Simon é um dos grandes nomes da canção popular dos Estados Unidos na segunda metade do século XX. Chega aos 75 sem que possa ser visto de outro modo.

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O começo foi na adolescência, na escola. Tom e Jerry, dois garotos cantores, judeus de New Jersey. Mais tarde, Simon e Garfunkel. A matriz deles: os Everly Brothers.

Paul Simon e Art Garfunkel cantavam. Mas o autor das melodias e das letras era Simon.

O sucesso não veio no início. Só ocorreu quando o registro original de The Sound of Silence, com duas vozes e um violão, ganhou instrumentos acrescentados pela gravadora: guitarra, baixo e bateria que transformaram a canção num hit poderoso. E num clássico instantâneo do songbook americano.

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Simon e Garfunkel frequentaram as paradas com muitos hits na segunda metade dos anos 1960. Folk, rock, pop. E, de vez em quando, um pé fora da América: seja em El Condor Pasa, seja na Bossa Nova que há em So Long Frank lloyd Wright.

No final, antes da ruptura da dupla, um clássico absoluto: Bridge Over Troubled Water.

O autor maduro viria na carreira solo. Poucos, mas grandes discos, sobretudo na primeira década e meia. Intérprete delicado de belas melodias e letras inspiradas. A tradição americana a se fundir com a música do mundo. Da cuíca de Airto Moreira à sanfona do nosso Sivuca ou os sons do grupo peruano Urubamba.

Há 30 anos, em 1986, Simon deu seu passo mais arriscado. Desobedeceu ao bloqueio ao regime racista de minoria branca da África do Sul e lá gravou Graceland. Um projeto artisticamente vitorioso, a despeito das críticas dirigidas ao músico.

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Graceland leva às últimas consequências a fusão da música americana de Paul Simon com a chamada world music. A força rítmica ocupou espaços que antes eram só das doces melodias. Muitos dos seus ouvintes tiveram que se reciclar. Mas esses são os caminhos legítimos de um artista da sua dimensão.

Salve Paul Simon!