VIDA URBANA
Sem pediatra em outros hospitais, Trauma lota
Atendimentos pediátricos no Trauma da Campina Grande aumentou 100% em decorrência da falta de médicos.
Publicado em 03/04/2012 às 6:30
A pouca oferta de atendimento pediátrico nos hospitais de Campina Grande no último fim de semana causou uma superlotação no setor de pediatria do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, aumentando em mais de 100% o número de procedimentos naquela unidade hospitalar.
Sábado e domingo, foram realizados 128 atendimentos de crianças por três médicos que estavam de plantão, quando o normal seria 60.
Conforme o diretor do Hospital de Trauma, Geraldo Medeiros, o problema já vem ocorrendo há vários meses e, principalmente aos sábados, os atendimentos duplicam na unidade. “Faltam médicos pediatras no mercado e os outros hospitais se recusam a pagar os valores dos plantões requisitados pelos profissionais”, disse o diretor. No Hospital de Trauma são realizados, em média, 1.400 atendimentos por mês no setor de pediatria.
Geraldo Medeiros informa que o setor de pediatria do Hospital de Trauma deveria atender pacientes vítimas de trauma, porém a falta de profissionais nos outros hospitais tem levado os pais a procurar o Trauma em busca de todos os tipos de atendimento, causando uma superlotação. O setor dispõe de 33 vagas para enfermaria e dez vagas para a Unidade de Terapia Intensiva e todas elas estão sempre ocupadas.
A dona de casa Denise Silva, que reside no bairro do Pedregal, sentiu na pele a dificuldade para conseguir um atendimento. Sua filha de apenas quatro anos estava sofrendo com febre e dor na garganta e teve que recorrer ao Hospital de Trauma para buscar atendimento. “Cheguei a ir a outro hospital e não consegui atendimento e decidi ir ao Trauma”, disse Denise.
A secretária de Saúde do município, Tatiana Medeiros, discorda do diretor do Hospital de Trauma e garante que, diariamente, os hospitais da FAP, Clipsi e Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) contam com pediatras em seus plantões para atender à população e não há problemas de falta de atendimento. “Em cada um desses hospitais há profissionais qualificados para atender os pacientes”, enfatizou a secretária.
O gerente técnico do Hospital da FAP, Fábio Piquet, negou que tenha faltado pediatra durante o fim de semana e garantiu que todos os dias a unidade conta com um profissional de pediatria de plantão no local. “Vale lembrar que o Hospital da FAP não é um hospital de emergência e os atendimentos são limitados”, disse o diretor.
A diretora-geral do HUAC, Berenice Ramos, informou que o plantão pediátrico funciona 24 horas inclusive nos finais de semana, mas, atualmente o pronto atendimento só atende casos de urgência ou encaminhados por outros serviços médicos. A administradora do Hospital da Clipsi, Adriana Luna, não foi localizada para falar acerca dos plantões.
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