Decisão vai ao 2º turno em CG

A análise qualitativa do Ipespe projeta a tendência de Daniella Ribeiro (PP), Romero Rodrigues (PSDB) e Tatiana Medeiros (PMDB) serem os prováveis candidatos a disputar o segundo turno.

Os percentuais espontâneos dos três candidatos estão muito próximos, embora Romero Rodrigues, com 17%, desponte em primeiro lugar com uma diferença razoável sobre Daniella, que recebeu 13%, e sobre Tatiana, com 11%, porque a votação espontânea expressa os votos consolidados. Quando analisamos os índices estimulados, em comparação com a espontânea, constatamos que Romero, com 26%, e Daniella, com 24%, cresceram um pouco mais que a candidata do PMDB (17%).

Podemos inferir que Daniella e Romero dispõem de mais espaço para conquistar os eleitores indecisos, porque a rejeição de 22% de Tatiana é a maior dos três principais candidatos, contra 14% de Romero e 12% de Daniella. Os demais candidatos não obtiveram pontuação que possibilitem uma análise qualitativa.

Integram o senso comum do eleitorado três percepções quase dogmáticas, às quais se atribui uma poderosa capacidade de assegurar uma quase certeza de vitória eleitoral: a máquina ganha eleição; um administrador popular, bem votado e muito bem avaliado, transfere automaticamente votos a seu apoiado; e um candidato a vice é como uma figura decorativa, sem apelo eleitoral.

Mostraremos que essas percepções não se aplicam a Campina Grande porque, em eleições municipais, os eleitores são mais críticos e criteriosos na decisão do voto, visto que a escolha do prefeito impacta diretamente sua qualidade de vida.

Em Campina Grande, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo manteve bons índices de aprovação. Era de se esperar, portanto, que a candidata do PMDB, Tatiana Medeiros, que ele escolheu e apoia, estivesse recebendo uma expressiva votação porque o discurso da continuidade teria um forte apelo - o que não se constata.

Os percentuais de 11%, na consulta espontânea, e de 17%, na estimulada, obtidos por Tatiana, contrariam os paradigmas sobre a vitória eleitoral, tanto do poder da máquina, quanto da transferência de votos. Esse fato pode ter uma explicação consistente se cruzarmos o percentual de 69% aplicado aos serviços municipais de saúde como o de “maior problema” e o de “maior gravidade”.

Em seu inconsciente coletivo, os eleitores estão associando esse “status quo” da Saúde à imagem da candidata Tatiana, que era a secretária de Saúde do município. Por isso, as possibilidades de a candidata crescer são bem menores que as de Daniella e de Romero, apesar do apoio expressado à peemedebista por figuras populares e respeitadas, como o senador Vital do Rêgo, a deputada federal Nilda Gondim e o ex-governador José Maranhão, além do próprio prefeito Veneziano. Quando um candidato não é assimilado pelos eleitores, seus apoios e suas alianças não lhe garantem resultados nas urnas.

Como já comentado, Romero e Daniella reúnem condições de sensibilizar os eleitores indecisos, entretanto acreditamos que o candidato tucano tende a crescer mais porque tem o peso do nome Cunha Lima na vice.

Acreditamos que o candidato a vice-prefeito Ronaldo Cunha Lima Filho está agregando valor à chapa do PSDB, devido ao seu parentesco com Cássio e por ser filho de Ronaldo. Apesar de derrotado em Campina Grande, nas duas eleições de 2002 e 2006, Cássio Cunha Lima foi eleito senador com uma votação expressiva e continua a ser um político de forte influência eleitoral.

Pelas análises qualitativas que processamos, mantidos os atuais cenários, somos de opinião que Daniella Ribeiro e Romero Rodrigues serão os mais votados, no primeiro turno.

* Sociológo e analista político