ECONOMIA
Alta do trigo deve afetar derivados
Produtores paraibanos estão desenvolvendo estratégias para amenizar encarecimento de pães e outras massas, geradas pela alta do trigo.
Publicado em 05/09/2012 às 6:00
A alta no preço do trigo tem deixado os produtores paraibanos em alerta, chamando atenção para a importância de desenvolver estratégias que amenizem os efeitos do encarecimento de produtos como pães, biscoitos e outras massas.
Para reduzir o peso das elevações de custo, o setor tem buscado qualificar a mão de obra e melhor a qualidade dos pães comercializados na Paraíba. Essas são algumas das iniciativas que devem manter o Nordeste e a Paraíba em crescimento no setor até o final do ano, movimento que deve correr na direção contrária às previsões de desempenho econômico do país.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria da Paraíba (Sindipan-PB), Romualdo Farias, o aumento registrado na matéria-prima do pão nos últimos meses está atrelado, principalmente, às dificuldades de produção em dois dos principais fornecedores do grão de trigo. “A seca nos Estados Unidos e a inundação na Rússia diminuíram muito a produção de trigo. Por essa razão, à medida que os panificadores vão comprando mais farinha de trigo, eles vão aumentando o preço do pão. Esse repasse é praticamente inevitável e já pode ser constatado em alguns estabelecimentos”, explicou Romualdo, que estima uma alta média de 10% do alimento no Estado.
O diretor geral do Grupo M. Dias Branco, Eugênio Pontes, garante que a queda na produção de trigo nos Estados Unidos foi na casa dos 40%, enquanto a Rússia perdeu 38 milhões de toneladas da safra. “Por essa razão, muitos países que compravam desses dois distribuidores estão procurando o trigo em outros mercados.
A tonelada do trigo está US$ 110,00 mais cara e os moinhos repassaram, em média, 30% do valor de produção do pão. Quanto a biscoitos e massas, o repasse foi entre 6% a 10% na M. Dias Branco”, explicou.
NOVAS TECNOLOGIAS
Pensando em viabilizar melhorias para o setor na Paraíba, a empresa M. Dias Branco apresentou, na manhã de ontem, uma série de propostas que prometem qualificar a mão de obra e trazer novas tecnologias para o desenvolvimento e inovação do ramo de panificação. O trabalho, que contará com o apoio do Senai, Sebrae e do Sindipan-PB, deve ter início ainda neste mês, beneficiando as quase 20 mil pessoas que trabalham no ramo da panificação na Paraíba.
“As necessidades do consumidor mudam todos os dias e o mercado tem que se adaptar a essas novas exigências. Portanto, estamos com o Programa de Apoio à Panificação (PAP), que deve ter como foco a geração de emprego e renda, uma vez que trabalharemos diretamente com a qualificação desses profissionais”, acrescentou o diretor.
Nesse sentido, o Senai irá se aliar ao grupo, atuando como fio condutor desse trabalho de qualificação. “Já atuamos com o Núcleo de Panificação e Confeitaria. Essa parceria vai nos permitir ampliar ainda mais nossa capacidade de formação de mão de obra e de assessorar as panificadoras a implantar métodos de qualidade. Até o final do ano, devemos somar 500 alunos, sem contar com as turmas das unidades móveis”, pontuou a gerente regional do Senai, Maria Gricélia Pinheiro.
“Temos que trabalhar com o básico, que é a formação de bons profissionais. Muitas pessoas que atuam no ramo não passaram por nenhum curso de qualificação e é isso que tentamos mudar”, acrescentou o gerente comercial do M. Dias Branco da Paraíba e do Rio Grande do Norte, Caio Márcio.
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