COTIDIANO
Capitão é culpado por acidente, diz empresa
Presidente da empresa dona do cruzeiro Costa culpou o capitão Francesco Schettino pela manobra que causou o naufrágio do navio de luxo.
Publicado em 17/01/2012 às 8:00
O presidente da empresa dona do cruzeiro Costa Concordia, Pier Luigi Foschi, culpou o capitão Francesco Schettino pela manobra que causou o naufrágio do navio de luxo, que levava 4.229 pessoas, perto da ilha italiana de Giglio, na última sexta-feira à noite.
Foi achado ontem mais um corpo, de um homem não identificado, o que elevou para seis o total de mortos no naufrágio; ainda há desaparecidos. De acordo com o Itamaraty, todos os 56 brasileiros a bordo se salvaram.
Segundo Foschi, que concedeu onte entrevista coletiva sobre o naufrágio, os navios da Costa Cruzeiros têm alarmes que soam automaticamente quando há algum desvio do caminho programado -exceto quando a rota é alterada manualmente.
"O fato de o cruzeiro ter saído da rota deve-se exclusivamente a uma manobra do comandante, que não foi autorizada e era totalmente desconhecida pela empresa", declarou o presidente da Costa.
Foschi afirmou, porém, que todos os membros da tripulação se comportaram como "heróis" durante o resgate dos passageiros e disse que sua empresa fornecerá assistência legal ao capitão, que está preso desde o último sábado.
Schettino será investigado por negligência e por ter, segundo a Guarda Costeira italiana, abandonado o barco antes que a maior parte dos passageiros fosse retirada, o que ele negou em entrevista.
Ontem, o diário "Corriere della Sera" afirmou que Schettino se aproximou de Giglio, ilha de pescadores próxima à costa da Toscana (região centro-oeste da Itália), para fazer uma surpresa ao chefe dos garçons, que nasceu ali, e a um ex-comandante que estava a bordo.
De acordo com o relato do jornal italiano, o chefe dos garçons, Antonello Tievoli, pensou que fosse uma brincadeira do capitão.
Depois, ao ser resgatado, disse a moradores de Giglio: "nunca poderia imaginar que desembarcaria em minha casa".
Residentes da ilha afirmaram nunca ter visto o Costa Concordia, que fazia semanalmente a rota pela costa da Toscana, passar tão perto.
A Carnival Corporation, controladora da Costa Cruzeiros, estimou perdas de até US$ 95 milhões neste ano com o Concordia fora de operação. As ações da empresa recuaram mais de 16% anteontem.
Foschi repetiu que o navio passou por todos os testes técnicos e de segurança na avaliação que foi feita em 2010. Ele acrescentou que a principal preocupação da companhia agora é a segurança e o bem-estar dos passageiros e da tripulação, assim como as medidas que permitam evitar o vazamento de combustível do navio para as águas próximas à Ilha de Giglio.
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