ECONOMIA
Cesta básica da capital registra 2ª maior alta
Entre dezembro de 2013 e janeiro deste ano o tomate apresentou alta de 28,69% e puxou aumento de 2,07% na cesta básica, segundo Dieese.
Publicado em 07/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 21/06/2023 às 13:13
Símbolo da elevação de preços dos alimentos no ano passado, o tomate voltou a ser o vilão da cesta básica de João Pessoa.
Segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o produto apresentou alta de 28,69% entre dezembro de 2013 e janeiro deste ano, puxando a alta de 2,07% da cesta na cidade, segunda maior entre as capitais do Nordeste pesquisadas e quarta maior do país.
Em dezembro do ano passado, 12kg de tomates custavam em média R$ 28,44, enquanto em janeiro deste ano o preço subiu para R$ 36,60. Além do tomate, somente o óleo teve alta acima da média total da cesta em João Pessoa, fechando janeiro com elevação de 6,43%. No último mês de 2013, 900ml do produto custava R$ 3,11, enquanto este ano o valor saltou para R$ 3,31.
Outros alimentos que tiveram crescimento de preço no primeiro mês deste ano foram arroz (1,84%), carne (1,03%), manteiga (0,99%) e pão (0,39%). Houve queda no valor da banana (-10,2%), feijão (-9,04%), leite (-1,99%) e farinha (-1,55%). Já o café e o açúcar apresentaram variações nulas (0,0%).
Apesar da alta, em janeiro, o trabalhador formal de João Pessoa precisou cumprir uma jornada de 80 horas e 16 minutos para comprar os mesmos produtos que, em dezembro de 2013, exigiam a realização de 83 horas e 59 minutos. A redução é consequência da entrada em vigor do novo valor do salário mínimo, cuja alta (6,78%) é maior que a variação mensal do custo da cesta. Em janeiro de 2013, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta era de 81 horas e 49 minutos.
De acordo com o estudo do Dieese, o custo da cesta em João Pessoa comprometeu 39,66% do salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos previdenciários. Em dezembro, o percentual exigido era de 41,49%. Em janeiro de 2013, a parcela necessária para compra dos gêneros alimentícios totalizou 40,42%.
Mesmo apresentando um dos maiores crescimentos no preço da cesta básica, entre janeiro deste ano e dezembro do ano passado, a cesta básica de João Pessoa foi uma das que registraram o menor preço, fechando o primeiro mês de 2014 com valor médio de R$ 264,17, acima apenas de Aracaju (R$ 214,19). Salvador (R$ 265,86), Natal (R$ 269,95) e Goiânia (R$ 273,84) encerram a lista das cinco capitais do país com a cestas básicas mais baratas.
NOVE CAPITAIS REGISTRAM QUEDA EM JANEIRO
Enquanto nove capitais apresentaram elevação nos preços da cesta básica em janeiro em relação ao mês anterior, outras nove registraram queda, de acordo com o Dieese. Brasília e Manaus foram as capitais que registraram a maior alta no preço do conjunto de itens básicos, com elevação de 5,49% e 5,04%, respectivamente. Além disso, tiveram alta em janeiro Recife (2,21%), João Pessoa (2,07%).
Com o aumento nominal de 6,78% no valor do salário mínimo a partir de janeiro, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo piso nacional precisou realizar, na média das 18 capitais pesquisadas, jornada de 88 horas e 51 minutos, tempo inferior as 94 horas e 47 minutos exigidas em dezembro de 2013. Em relação a janeiro de 2013, a jornada exigida foi maior, já que naquele mês eram necessárias 92 horas e 17 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro deste ano, 43,9% de seus vencimentos para adquirir os mesmos produtos que, em dezembro de 2013, demandavam 46,83%. Em janeiro de 2013, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta equivalia a 45,59%.
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