VIDA URBANA
Competição distorce a realidade
Em prol de uma identidade, capacitação e principalmente de conforto financeiro, o profissional se sujeita às condições mais inóspitas no ambiente de trabalho.
Publicado em 16/09/2012 às 8:00
Em uma sociedade na qual o individualismo vem se perpetuando como uma cultura social, busca-se cada vez mais enaltecer que o bom profissional deve ser autônomo, independente, criativo, ambicioso, flexível e agressivo. A qualificação é de inteira responsabilidade do profissional, bem como a culpa por não apresentar tais características.
Em prol de uma identidade, capacitação e principalmente de conforto financeiro, o profissional se sujeita às condições mais inóspitas no ambiente de trabalho. Esta competição é perversa e distorce a realidade. O mobbing sustenta-se diante deste abuso de poder.
Metas a cumprir, melhorias dos resultados, aumento na carga de horas e de trabalho podem ser classificadas como assédio moral, associado à diminuição de salário ou ameaças de demissão. O assédio pode ocasionar um estresse severo ao profissional, um verdadeiro 'terror psicológico'.
Neste sentido, a Síndrome de Bournout é um diagnóstico típico de pessoas que são assediadas moralmente e significa 'estar acabado'. Predominante no âmbito de trabalho, essa síndrome provoca uma ruptura na integridade e afetividade do indivíduo. É bastante comum nos profissionais da área da educação, principalmente professores e da saúde, principalmente entre os enfermeiros.
É importante salientar que a disputa e a cobrança elevam o profissional. Metas a cumprir e aumento de produção não violam os direitos do trabalhador, desde que não sejam abusivas e absurdas. O mobbing é um fenômeno silencioso e em épocas de crise mundial, é uma prática severa, disfarçado pela competitividade e enraizado no capitalismo.
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