CULTURA
As belezas e o exotismo da Índia pelas lentes de um fotógrafo viajante
Em visita ao país, o repórter fotográfico do JORNAL DA PARAÍBA Rizemberg Felipe trouxe na bagagem imagens, histórias e um novo olhar sobre o povo indiano.
Publicado em 29/03/2015 às 14:05
Namastê. Foi com a amistosa saudação em hindi que o povo e as paisagens da Índia receberam o repórter fotográfico do JORNAL DA PARAÍBA Rizemberg Felipe durante uma viagem para o país realizada em fevereiro deste ano. O exotismo e as cores da região localizada na Ásia Meridional, além de chamarem a atenção do profissional, foram o foco principal de registros feitos por ele que irão compor uma exposição programada para acontecer no mês de agosto, em local ainda não definido de João Pessoa.
“O que mais me marcou foi ver a riqueza dentro da pobreza. Isso porque a gente tem um conceito de que ser rico é, por exemplo, ter um iate, uma casa de campo ou de praia, e lá essa riqueza existe apenas no olhar deles. É fantástico”, comentou Rizemberg, relatando não ter se sentido inseguro nem intimidado com o caos de Nova Delhi, capital do país.
“Eu queria justamente registrar o caos. Não queria tirar as pessoas das ruas para isolá-las em imagens. Eu queria mostrar o que acontece, desmistificar coisas”, acrescentou, ressaltando a distância entre a realidade e os estereótipos comumente associados à Índia. “Lá não se vê elefantes, encantadores de serpentes ou monges em toda a esquina. Templos, animais, comidas e atrações variam de acordo com a área”.
Para o repórter fotográfico, as particularidades da cultura e a hospitalidade do povo foram surpresas agradáveis proporcionadas pelo roteiro turístico, feito em comemoração aos seus 40 anos e na companhia de uma amiga, a fotógrafa Luciana Falcão. “Eles adoram quem vem de fora e não são nem um pouco fechados. Não era difícil passear e encontrar pessoas querendo tirar fotos com a gente ou pedindo para serem fotografadas. Tenho vários registros de nativos pedindo isso. Os indianos são um povo que quer se mostrar”, frisou.
Mochila nas costas, disposição e muita curiosidade. Com um olhar sem preconceitos a respeito da sociedade, Rizemberg teve a oportunidade de refletir sobre a liberdade e o conservadorismo do país, traduzidos sobretudo na moda. “As mulheres são mais tradicionais, usam muitas cores e estão sempre de sari (traje típico feminino). Já os homens são mais ocidentalizados, com exceção dos mais velhos”, comentou.
Em suas andanças, despretensiosas e demoradas, ele notou ainda que a influência do Ocidente na Índia ficava evidente, principalmente, pelo consumo. “As grifes internacionais estão presentes por lá e, para aqueles que não podem pagar, não tem problema, uma vez que as imitações também existem, visto que a China está mais perto deles do que de nós”, ressaltou.
O profissional, que atua no ramo há mais de 20 anos, fotografando e dando aulas para interessados pela arte da fotografia, coleciona no passaporte viagens para outros destinos igualmente ricos em personagens, cenários e histórias. “Já fui fazer a trilha inca na Bolívia, no Peru e na Argentina – essa em grupo porque era um projeto de intercâmbio que envolvia quatro fotógrafos”, disse.
“Depois fui para os Estados Unidos, onde passei um mês estudando cinema na New York Film Academy. Foi lá que conheci um grande amigo indiano que me acolheu no primeiro momento na Índia”, complementou, fazendo questão de revelar os planos para futuros cliques. A escolha? Países próximos do Oriente Médio. “Como acumulei milhas viajando por aquela área, quero continuar conhecendo a região”, finalizou.
Planejamento e dicas para a viagem
Para quem deseja se aventurar pela Índia, o repórter fotográfico Rizemberg Felipe afirma que um bom planejamento alguns meses antes da viagem é essencial. “O primeiro passo é tomar as vacinas internacionais. O passaporte tem que estar em dia e na mão, com o visto tirado com pelo menos dois meses de antecedência. Se puder comprar a passagem com pelo menos seis meses, também é interessante. Falar pelo menos um idioma – inglês, de preferência – é fundamental”, indicou.
Ele destaca que os cuidados com o dinheiro são primordiais, pois as cotações variam e as moedas de cada país que pode complementar o roteiro chegam a ter valores discrepantes. “Usamos quatro câmbios de dólar, que já estava em alta. Por isso é sempre bom comprar um pouco a cada mês e, se possível, rupias indianas, que valem vinte vezes menos que o real”, citou.
Na capital paraibana, agências como a Central Turismo e a Clube Turismo já trabalham com pacotes para a Índia. Conforme o agente de viagens Cláudio Morais, o roteiro terrestre para dez dias de passeio, incluindo hospedagem, visitas a pontos turísticos com guia e deslocamentos, custa em torno de R$ 5.440, levando em consideração a atual cotação do dólar.
“E isso pode variar de acordo com a necessidade do cliente e com a quantidade de dias. Os voos para lá, saindo de São Paulo, custam em média por R$ 3.500 por pessoa. Parcelamos em até seis vezes sem juros e oferecemos suporte como vacinas, obtenção de visto e possibilidade de parada em outros lugares como Dubai, agregando mais valor ao roteiro”, explicou o proprietário da Clube Turismo.
Serviço
Passagem de São Paulo/Nova Delhi: em média R$ 3.500,00
Pacote terrestre para 10 dias: em média R$ 5.400,00, com hospedagem, passeios com guia e transporte inclusos
Visto de entrada no país: pelo site, com taxa de US$ 60,00 no cartão de crédito
Pontos turísticos e eventos: Qutab Minar, Templo de Lotus, Forte Vermelho, Templo de Akshardham, em Nova Delhi; Taj Mahal, em Agra; Rio Ganges, em Varanasi; Holi, a festa da Primavera, em Amber.
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