CULTURA
CD reflete fase difícil de Mayer
Com Born and Raised cantor vem de uma temporada complicada em sua vida e nos apresenta um álbum em que a arte de capa já indica a sonoridade.
Publicado em 07/06/2012 às 6:00
John Mayer é uma espécie de Michael Mann da música atual.
Não se trata de comparações estéticas. É mesmo um tipo de posição no ritmo de produção pop e até poderia citar outros cineastas.
Mayer, com sonoridade de digestão fácil, Mann com muita ação e pancadaria. Mas há sempre uma pitada que revela mistérios: compor/escrever, gravar/dirigir e produzir seus próprios trabalhos é sinal de que existe alguma proposta a mais.
Com Born and Raised (Sony, R$ 25, em média), o cantor vem de uma temporada complicada em sua vida e nos apresenta um álbum em que a arte de capa já indica a sonoridade: uma coleção de canções que fogem do seu blues/folk de sempre e investem bem mais em rumos de folk/country. É o pop, mas é John Mayer e sua sonoridade sempre excepcional, desde os arranjos, até os sempre incríveis solos de guitarra.
Produzido pelo próprio Mayer em parceria com Don Was, o álbum vem com uma coleção 12 registros, com a qualidade técnica já esperada e letras que mostram um processo de resiliência para o cantor: passou por um câncer na garganta e hoje canta esperança no single 'Shadow Days': "I’m a good man, with a good heart / Had a tough time, got a rough start / But I finally learned to let it go”.
Bonito de ouvir e de ver essa a retomada, mas falta mais impacto ao álbum, com canções mais marcantes. Quem ouviu Continuum sabe como Mayer pode render bem mais. (Especial para o JP)
Comentários