VIDA URBANA
Crianças são principais vítimas de queimaduras no São João; 18 foram atendidas em JP e CG
Maioria dos casos foi registrado na região de Campina Grande.
Publicado em 25/06/2018 às 11:08 | Atualizado em 25/06/2018 às 15:34
Foi no ano de 1988 que aos seis anos Maristelli Ferreira se tornou mais uma vítima de queimadura durante o São João. Por ter medo do barulho dos fogos de artifícios, ela sempre preferiu soltar fogos que achava ser inofensivos, o 'track' e o 'chuveirinho'.
"Eu estava com o meu pai quando ele colocou um chuveirinho na minha mão, acendeu e foi ajudar o meu irmão. Baixei minha mão sem querer e o chuveirinho soltou todo na minha perna, ai percebi que minha coxa estava toda queimada", diz.
Com queimaduras de 3º e 4º grau, Maristelli ainda criança teve que passar por raspagens e três enxertos na perna, cicatriz que nunca desapareceu. "A minha coxa ficou com a pele toda destruída, quase carbonizada. Danificou muito. Após algumas cirurgias fiquei com uma marca que será pra sempre, né? Não tem como mudar", afirma.
Mesmo após de 30 anos, o problema continua durante o período junino. Durante a véspera (23) e dia de São João (24), o Hospital de Trauma de João Pessoa registrou a entrada de 28 pessoas na unidade de queimados. De acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (25), 13 foram vítimas de queimaduras por fogos de artifício.
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A maioria das vítimas de queimaduras por fogos são as crianças. Ainda de acordo com o boletim do Trauma, sete crianças deram entrada na unidade de queimados e seis adultos também ficaram feridos. Os outros quinze casos foram queimaduras por líquidos em alta temperatura (7), fogo (3), acidente de trabalho (1) e outros motivos (4).
Em Campina Grande
Já na Unidade de Queimaduras do Hospital de Trauma de Campina Grande, 11 crianças com idades entre zero e 15 anos, foram atendidas vítimas de queimaduras provocadas por fogos ou fogueira durante a véspera e dia de São João. Ao todo, 15 pessoas foram atendidas na unidade.
O número de queimados em 2018, aumentou se comparado ao de 2017, onde foram registrados 11 atendimentos no mesmo período. Ainda segundo o boletim divulgado pelo Trauma-CG, durante os 25 dias de junho, 28 pacientes já foram atendidos vítimas de fogos ou fogueiras.
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