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CULTURA

Tom Zé de volta às origens

Tom Zé fala de 'Tropicália Lixo Lógico', um dos melhores discos de sua carreira.

Publicado em 16/09/2012 às 9:00

Combinar letras inteligentes, temas de relevância cultural, arranjos inspirados e criatividade musical é para poucos. E Tom Zé é um desses poucos. Aluno de grandes mestres como Ernst Widmer, Hans-Joachim Koellreutter e Walter Smetak, integrou o movimento Tropicalista, mas foi escanteado por seus pares de uma maneira que até hoje não ficou muito bem explicada.

Vivendo no ostracismo, foi resgatado pelo norte-americano David Byrne, que devolveu Tom Zé para o mundo. A partir daí, essa usina de ideias, conceitos e canções não parou mais. E agora acaba de conceber um dos melhores discos de sua carreira – ou, como assinalou Caetano Veloso, o melhor desde seu “renascimento”.

Tropicália Lixo Lógico, que sai com patrocínio da Natura, é o 23º disco de Tom Zé. É o clássico tardio que poderia ter composto, ao lado de Tropicália ou Panis et Circenses (1968), Caetano Veloso (1968) e Louvação (1967), os pilares do Tropicalismo.

O CD tem 16 faixas que equalizam a sonoridade popular rebuscada que a tropicália construiu nos anos 1960. Ideias que, segundo a nova teoria de Tom Zé, foram fomentadas na origem árabe do povo nordestino, mas que haviam sido descartadas da memória pela força da racionalidade aristotélica despejada pela escola.

Pela ótica do baiano, gente como Gil, Caetano, Gal Costa, Rogério Duarte, Capinam, Glauber Rocha, Torquato Neto e o próprio Tom Zé, “analfatótes” de berço, haviam “descartado” as raízes nordestinas da memória até o dia em que essa turma teve contato com Hélio Oiticica, José Celso Martinez Corrêa, os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, etc., e o “lixo” de informações que jazia no hipotálamo acabou sendo reprocessado, dando origem ao movimento tropicalista.

Tom faz uma bela homenagem aos dois tropicalistas que mais se destacaram no movimento: Gil e Caetano. Em ‘Tropicalea Jact Est’, canção do novo CD que tenta traduzir a tese acima (veja infográfico), ele atribui aos conterrâneos o mérito por ter tirado a música brasileira da Idade Média para a era do pré-sal.

A homenagem a Gil e Caetano também está no palco. No show de lançamento do novo CD (que a reportagem conferiu durante a Mimo, em Ouro Preto), Tom Zé coloca um rabo e cita os egípcios para se colocar em uma posição inferior para se reportar aos deuses.

“Na história do Egito, os reis eram os faraós. Este cujo era praticamente um deus naquela cultura. Mas quando ia a uma cerimônia instituído dessa deidade, ele usava um rabo. Eu cá traduzo que, para a gente chegar a uma instituição superior, precisa ter algo da espécie imediatamente inferior. Quando eu falo de Gil e Caetano no show, para me permitir falar de criaturas que, como gênios, são superiores aos normais como eu e você, repito o método egípcio e visto um solene rabo”, explica Tom Zé, por e-mail.

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Jornal da Paraíba

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