VIDA URBANA
Comerciantes deixam boxes de shopping popular na capital
Vendedores reclamam da falta de movimento e das taxas cobradas pela prefeitura. Pelo menos 50 boxes já foram abandonados.
Publicado em 13/01/2012 às 6:30
Vendedores informais que receberam os boxes comercias no Centro de Comércio e Serviços do Varadouro (CCSV), no bairro de mesmo nome, em João Pessoa, estão abandonando os pontos devido à pouca clientela. Eles alegam que as vendas são baixas e insuficientes até para pagar a despesa diária de R$ 15,00, referente ao transporte e à alimentação para permanecer o dia todo no ponto, à espera de cliente.
Há queixas também contra a falta de segurança, banheiros quebrados e taxas cobradas pela Prefeitura de João Pessoa. O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano da capital, Lucius Fabiani, contesta as reclamações, mas admite que já existem, pelo menos, 50 boxes abandonados no Centro de Comércio e Serviços do Varadouro. Segundo ele, as unidades serão retomadas pela Prefeitura e entregues a outros ambulantes, através de sorteio, que ainda não tem data para ser feito.
Caminhando pelos corredores do shopping popular, é possível ver com facilidade diversos boxes fechados e o pouco movimento naqueles que permanecem abertos. O vendedor Damião Rodrigues disse que a situação é preocupante. De acordo com ele, existem, pelos menos, 200 comerciantes que não estão indo trabalhar no local, porque as vendas não compensam, sequer, o gasto com transporte.
“A gente gasta em média R$ 15,00 por dia. São R$ 4,20 das passagens de ônibus de ida e volta e R$ 10,00 de almoço, mas tem dia que a gente não vende nada. Dos quase 600 boxes entregues, há uns 200 que vivem fechados, porque as pessoas não têm nem o dinheiro da passagem”, disse.
Com poucas vendas, os vendedores enfrentam dificuldades também para pagar as despesas de manutenção dos boxes.
Além da taxa única de R$ 74,00 referente à emissão de um alvará que autoriza o funcionamento dos boxes, os comerciantes têm uma despesa mensal de quase R$ 80,00. Segundo eles, a maior parte desse valor é cobrada pela Prefeitura.
“Esses boxes não são nossos. São cedidos pela Prefeitura. Por isso, temos que pagar todo mês de R$ 50,00 a R$ 60,00 de taxas, pela concessão. Além disso, pagamos uns R$ 20,00 de energia elétrica. É um gasto alto, quando não se tem movimento”, comentou o comerciante Charles Gomes da Silva.
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