COTIDIANO
Segunda reunião sobre reajuste do salário mínimo termina sem acordo
"Lamentavelmente, não tivemos acordo", disse deputado Paulo Pereira da Silva. Na primeira reunião as centrais pediram o reajuste do mínimo para R$ 580.
Publicado em 04/02/2011 às 14:09
Do G1
Governo e centrais sindicais encerraram sem acordo a segunda rodada de negociações sobre o reajuste do salário mínimo. O encontro, que durou três horas, ocorreu nesta sexta-feira (4) em São Paulo. A proposta do Planalto, que ainda não tem data para ser enviada ao Congresso, é de R$ 545.
Em uma primeira reunião realizada em janeiro, as centrais apresentaram o pedido de reajuste do mínimo para R$ 580 e a correção da tabela do IR em 6,47%. O governo ainda não apresentou sua proposta de índice de correção do IR.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o governo não abre mão do valor de R$ 545. "Se o governo tivesse sobra de recursos, poderíamos até ponderar", disse. Mantega afirmou que o governo quer manter a política de aumentos do mínimo que considera a inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) dos dois últimos anos. Por causa do impacto da crise financeira em 2009 na economia brasileira, o valor proposto interrompe uma sequência de reajustes com aumento real.
Tanto Mantega quanto o ministro-chefe da Secretaria Especial da Presidência, Gilberto Carvalho, ressaltaram que a principal intenção do governo é fechar um acordo para a manutenção da política de aumentos para o salário mínimo no período 2011-2015. Carvalho ressaltou que, sem em 2011 o valor não traz aumento real, em 2012 a mesma política aplicada neste ano pode garantir 13% de reajuste.
Participaram da reunião desta sexta-feira os representantes da Força Sindical, CUT, CGTB, CTB, UGT e NSCT. O encontro ocorreu no escritório da Presidência da República na Avenida Paulista.
Segundo Paulo Pereira da Silva, Guido Mantega teria assumido a postura de defender os objetivos do mercado. “O mercado decidiu que não tem que ter aumento do salário mínimo”, disse.
O ministro Gilberto Carvalho rebateu a afirmação do presidente da Força Sindical. Para Carvalho, não há ruptura entre as políticas do governo Dilma e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
O representante da CUT também criticou a postura do governo. “Nós não estamos vivendo no Brasil uma inflação da demanda. Manter salário e renda é fundamental”, criticou o presidente da CUT, Arthur Henrique. Ele disse ser positivo a sinalização de que possa haver a correção do Imposto de Renda, embora nenhum valor tenha sido apresentado.
Carvalho afirmou que um grupo de trabalho deve ser formado para continuar discutindo a manutenção da atual política de reajuste.
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