POLÍTICA
Dodge pede ao STF mais 60 dias para investigar Vital Filho e senadores
MPF investiga suposto esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a parlamentares e ministro do TCU.
Publicado em 21/09/2018 às 9:38 | Atualizado em 21/09/2018 às 16:50
As investigações sobre um suposto esquema de pagamentos milionários do grupo J&F a parlamentares do MDB, entre eles, o ex-senador Vital do Rêgo Filho, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), podem ser prorrogadas por mais 60 dias.
O pedido de prorrogação foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A solicitação se prende a um inquérito que investiga os senadores do MDB Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Eunício Oliveira (CE), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL) e Valdir Raupp (RO), além de Vital do Rêgo e os ex-ministros Helder Barbalho, da Integração, e Guido Mantega , da Fazenda.
As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud, da J&F, e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. De acordo com Saud, foram destinados quase R$ 35 milhões aos senadores em troca de apoio à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Os repasses teriam sido feitos Joesley Batista que a seis senadores do PMDB: R$ 2 milhões para Valdir Raupp, R$ 8 milhões para Renan Calheiros, R$ 8 milhões para Eduardo Braga, R$ 8 milhões para Vital do Rêgo do PMDB da Paraíba, R$ 8 milhões para Jader Barbalho e R$ 1 milhão para o PMDB do Tocantins.
O lobista da J&F explicou que os R$ 35 milhões foram descontados dos R$ 300 milhões que estavam disponíveis para o PT usar na campanha, referindo-se a essa contabilidade como a “conta-corrente da propina”. O delator disse que Joesley Batista, um dos donos da J&F, discutiu esse repasse com o ministro Guido Mantega.
A defesa
Todos os acusados já negaram as irregularidades. Quando da abertura do inquérito, o ex-senador Vital do Rêgo emitiu uma nota oficial negando todas as acusações de irregularidades e afirmando que durante sua campanha política de 2014 todas as suas doações foram legais.
Na nota, ele ressaltou: “Em 2014, quando disputou o governo da Paraíba, Vital do Rêgo recebeu doações legais do Grupo JBS. Elas estão na prestação de contas já analisada e aprovada pela Justiça. O ministro Vital desconhece os fatos narrados pelo delator e está à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários”.
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