TECNOLOGIA
306 mil paraibanos são hipertensos e não sabem
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 50% dos paraibanos com problemas de hipertensão ainda não sabem que têm a doença ou não procuram tratamento.
Publicado em 27/04/2010 às 8:47
Natália Xavier
Do Jornal da Paraíba
Uma doença silenciosa, mas que precisa ser controlada e acompanhada por médicos, a hipertensão arterial atinge em média 612.526 paraibanos com mais de 18 anos de idade, conforme estimativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Entretanto, segundo o diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Regional Paraíba (SBC-PB), o cardiologista Helman Martins, cerca de 50% dos paraibanos com problemas de hipertensão ainda não sabem que têm a doença ou não procuram tratamento.
“Normalmente a hipertensão é uma doença silenciosa, assintomática. A grande dificuldade é que metade dos pacientes hipertensos não sabem que têm pressão alta, apenas 40% fazem uso de medicação e 10% têm a pressão controlada. Esta é uma estimativa nacional, mas aqui na Paraíba esta estimativa se repete. É difícil manter o paciente em tratamento a longo prazo, a medicação às vezes tem efeito colateral e é necessário usar o medicamento para o resto da vida”, comentou o cardiologista destacando que a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada e é possível que o paciente leve uma vida normal.
A aposentada Maria da Luz Batista, de 68 anos, contou que por causa de uma outra doença, em 1997, foi ao médico e acabou descobrindo que é hipertensa. Para controlar a doença, ela usa medicamentos regularmente, modificou a alimentação e faz exercícios físicos. “Para controlar a hipertensão, eu diminuí o sal da comida, não como comidas gordurosas, vou ao médico todo mês e faço hidroterapia, educação física e caminhada. Faz cinco anos que eu faço exercícios físicos e depois disso eu senti uma melhora”, contou a aposentada.
Helman Martins destacou que a doença acomete mais os idosos e entre os perigos ocasionados pela hipertensão arterial estão o risco de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo dados da SES, no ano passado foram registradas 556 mortes decorrentes de hipertensão na Paraíba e além disto, 1.506 pessoas morreram por infarto agudo do miocárdio e 1.168 morreram por AVC.
Ontem, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, Secretarias Municipais de Saúde realizaram eventos de conscientização à população e a Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com a SBC, lançou a campanha “Eu sou 12 por 8”, em alusão à pressão arterial normal, que tem como objetivo orientar a população e esclarecer sobre os perigos que estão atrelados à pressão alta, como o risco de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Entre os fatores de risco que podem fazer com que uma pessoa desenvolva pressão alta, o cardiologista Helman Martins citou obesidade, sedentarismo, alcoolismo, maus hábitos alimentares e histórico de hipertensão na família. Para controlar a doença, o médico indicou que se deve consumir no máximo seis gramas de sal por dia, não consumir comidas gordurosas, praticar exercícios físicos pelo menos três vezes na semana.
Nos casos em que a doença provoca sintomas, os pacientes costumam sentir dores de cabeça, tonturas, mal-estar, náuseas, calor pelo corpo, sangramento pelo nariz, palpitações e falta de ar.
O tratamento para a pressão alta pode ser feito gratuitamente na rede pública de Saúde. Os medicamentos também são oferecidos gratuitamente.
Mais remédios
Ontem, portaria do Ministério da Saúde incluiu mais dois medicamentos no programa ‘Aqui Tem Farmácia Popular’, parceria do governo federal com drogarias comerciais que vendem remédios com até 90% de desconto. A partir de maio, os estabelecimentos conveniados estão autorizados a oferecer sinvastatina, usada para tratar colesterol ruim, e a insulina regular para o diabetes.
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