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TECNOLOGIA

Tecnologia de Campina combate crimes pela internet em 7 países

Programas são utilizados por grandes redes de segurança e hoje são referências para pelo menos sete países. A Paraíba, entretanto, não está imune aos criminosos.

Publicado em 10/05/2009 às 8:35

João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba

Décadas atrás, o crime era representado nos filmes americanos como uma disputa sangrenta entre duas ou mais pessoas, onde geralmente uma das partes pagava com a vida o preço pelo confronto. Com a evolução das tecnologias, essa representação foi ampliada. O revólver foi substituído por equipamentos e máquinas eletrônicas e o pistoleiro por indivíduos especializados em usar programas de computador para a prática de golpes: os crackers.

O município de Campina Grande, localizado no Agreste paraibano, tem tido uma importância significativa no combate a esse tipo de crime. A cidade vem desenvolvendo há anos programas que são utilizados por grandes redes de segurança e hoje são referências para pelo menos sete países. A Paraíba, entretanto, não está imune aos criminosos. Apenas na Polícia Federal do Estado, quase 300 inquéritos estão em andamento investigando ‘cibercrimes’.

Um dos mais recentes programas é o LightBase, elaborado a partir de estudos feitos por pesquisadores campinenses da Light Infocon que é empregado por grandes bancos, instituições públicas, pela Polícia Federal e até a Organização Internacional de Polícia Criminal, mundialmente conhecida como ‘Interpol’. O software faz o gerenciamento de dados e informações, que permitem que os órgãos de Segurança Pública possam rastrear e identificar a ação de criminosos na rede mundial de computadores (internet). O LightBase é usado por empresas e instituições públicas da China, Estados Unidos, Austrália, Espanha, Itália, Portugal e Angola.

O programa tem por objetivo, de acordo com o empresário Alexandre Moura, um dos integrantes do grupo que desenvolveu o projeto, cruzar informações sobre possíveis suspeitos e traçar um perfil de como ele age nos golpes em que aplica. “As coisas no mundo da informática mudam tanto que a cada seis meses nós atualizamos a versão do LightBase. Na verdade, o que se percebe hoje é que os mecanismos da segurança estão bem munidos de equipamentos que facilitam as investigações”, asseverou Moura. Utilizando o software, com um nome ou um número é possível obter várias informações correlacionadas, que ficam armazenadas em bancos de dados multidimensionais.

Os danos causados pelos ‘cibercrimes’ são estimados em US$ 100 bilhões anualmente, de acordo com a Organização de Segurança e Cooperação da Europa (OSCE). Aqui no Estado, de acordo com o delegado da Polícia Federal Olímpio Ferraz, especialista nesse tipo de delito, a quantidade de casos é bem maior do que as estatísticas oficiais da polícia demonstram, já que muitos golpes não chegam a ser percebidos pelas vítimas. “Nós atuamos de forma repressiva, e as instituições que geralmente são vítimas, como os bancos, por exemplo, agem para prevenir os crimes”.

Ele explicou que a incidência de casos e a forma de agir dos criminosos fizeram a própria Polícia Federal mudar a forma de combate. Antigamente, conforme o delegado, as investigações eram feitas a partir de cada Estado, mas “hoje a gente trabalha de forma integrada. Há a central em Brasília que comanda as investigações e repassa as diligências e informações para todas as Unidades, porque as quadrilhas agem em vários Estados”.

Na maior parte dos casos, segundo a Polícia Federal, os crackers utilizam um programa ‘espião’ para invadir os computadores e contas bancárias das vítimas e captar informações e documentos; ou então fazem a clonagem de cartões das vítimas. Para Alexandre Moura, entretanto, os crimes deixam rastros e são com o tempo identificados pela polícia.

As tecnologias criadas para combater os crimes estão a cada dia ganhando mais espaço. Ao todo são 130 usuários no Brasil e 40 no exterior. “A área policial é um campo muito forte, só que empresas de outros ramos também têm sentido a necessidade de manter suas informações protegidas. Ainda há um campo bem maior a ser explorado mundo a fora”, assinalou Moura. Para cada contrato fechado, é preciso construir um projeto de trabalho, que pode variar de R$ 15 mil a R$ 1 milhão, dependendo do objetivo.

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Jornal da Paraíba

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