ECONOMIA
PIB do país cresce só 0,7% no ano
Apesar de estar abaixo das expectativas, trata-se do melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2011.
Publicado em 01/12/2012 às 6:00
Diante das medidas de estímulo do governo à economia brasileira, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,6% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre, livre de influências sazonais, e consolidou leve reação depois de registrar dois tímidos avanços no primeiro semestre deste ano.
Já no acumulado de janeiro a setembro deste ano, o PIB do País cresceu apenas 0,7% em relação à igual período de 2011. O PIB em valores correntes alcançou R$ 1.098,3 bilhões
Apesar de estar abaixo das expectativas, trata-se do melhor resultado desde o primeiro trimestre de 2011. A projeção dos analistas variava de 0,9% a 1,3% de alta.
Em relação ao segundo trimestre, a economia registrou um ligeiro avanço. Naquele período, o PIB havia registrado leve alta de 0,2% ante o primeiro trimestre na comparação livre de influências sazonais. Esse dado foi revisado para baixo. Originalmente, o IBGE havia constatado uma alta de 0,4%.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a alta foi de 0,9% -ante alta de 0,5% no segundo trimestre ante 2011. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) hoje.
Puxada pelo crescimento das vendas de veículos, a indústria cresceu 1,1% de julho a setembro na comparação com o trimestre anterior. O setor de serviços, o de maior peso na economia brasileira, ficou estável na mesma base de comparação. A agropecuária registrou expansão de 2,5%.
Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias, item mais importante nessa leitura, subiu 0,9% na comparação com o segundo trimestre. O investimento caiu 2% e o consumo do governo avançou 0,1%. As exportações aumentaram 0,2%, enquanto as importações -que são descontadas do cálculo do PIB por refletirem uma produção realizada fora do país- caíram 6,5%.
Na comparação anual, com o terceiro trimestre de 2011, o PIB cresceu 0,9%. O resultado reflete a queda de 0,9% da indústria, a expansão de 1,4% dos serviços e da alta de 3,6% da agropecuária. Foi o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2011.
O consumo das famílias teve alta de 3,4% e o investimento caiu 2,4% nesta mesma base de comparação.
No acumulado dos últimos 12 meses (os últimos quatro trimestres), os dados do IBGE mostram um crescimento de 0,9% da economia brasileira. O indicador mostra o quanto o PIB teria crescido se o ano se encerrasse em setembro.
MANTEGA AVALIA PIB
O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que está satisfeito com a reação da economia brasileira, mas prevê um avanço mais intenso no próximo trimestre. "O resultado poderia ser melhor, mas temos de olhar o que está acontecendo na economia. O resultado não mostra toda reação".
Ele atribuiu o resultado do PIB abaixo do esperado, tanto pelo governo como para analistas, devido à estagnação do setor de serviços. "O setor representa mais de 60% do PIB", afirmou o ministro.
Embora o comércio tenha crescido 0,4%, as transações financeiras caíram 1,1%. "Isso explicado pela menor oferta de crédito dos bancos e pela redução do 'spread', um fato que é positivo em um primeiro momento acaba tendo um efeito negativo [no PIB]".
Mantega ressaltou que só os setor de transações financeiras representa 6,3% do PIB. "O peso do setor afeta as atividades. Faltou compensar a queda nas taxas de juros com o aumento da oferta de crédito", afirmou.
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