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CULTURA

O feijão e o sonho

Espetáculo Armadilhas Brasileiras entra em cartaz nesta sexta-feira (9) em João Pessoa com apresentações gratuitas no Centro Cultural Piollin.

Publicado em 09/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:21

Quando os dramaturgos Pedro Pires e Zernesto Pessoa decidiram montar um espetáculo sobre uma revolução social na qual os trabalhadores tomavam o poder, uma parte do elenco da Cia. do Feijão entortou o nariz para a proposta.

“Eles defendiam que não dava para falar de revolução em um país em que a classe trabalhadora estava plenamente satisfeita depois de ter ganho mais poder de compra”, lembra Zernesto.

Apesar das ressalvas, a dupla conseguiu convencer o elenco e, meses depois da estreia de Armadilhas Brasileiras em São Paulo, no mês de abril, teve o prazer de ver o tema de sua peça ganhar repercussão nacional nas ruas.

'Amarração' de três textos de Mário de Andrade (1893-1945): Café (1942), Meditação sobre o Tietê (1945) e O Banquete (que o autor morreu sem concluir, em 1945), Armadilhas Brasileiras entra em cartaz hoje em João Pessoa com apresentações gratuitas no Centro Cultural Piollin (hoje, às 19h, e amanhã e domingo, às 18h).
A peça batiza também o projeto itinerante, financiado pela Petrobras, que trouxe à capital o espetáculo Mire Veja, inspirado na prosa do escritor mineiro Luiz Ruffato.

Na segunda-feira, o escritor esteve em João Pessoa a convite do projeto e organizou um 'laboratório de vivência literária' com jovens ficcionistas, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Ontem, a Cia. do Feijão encerrou uma oficina de criação teatral que ministrou desde a terça-feira, no Teatro Lima Penante, e exibiu um documentário derivado do processo de concepção de Armadilhas Brasileiras.

Segundo Zernesto Pessoa, que dividiu a dramaturgia com o diretor Pedro Pires, tal processo durou 18 meses e envolveu uma imersão na obra de Mário de Andrade, uma espécie de mentor intelectual do grupo que, em 2013, comemora os 15 anos de sua fundação.

"Se não conhecemos profundamente toda a obra de Mário de Andrade, chegamos muito perto disso", garante Zernesto, que ingressou na companhia no ano 2000, para colaborar com a dramaturgia de Antigo 1850. "Até onde me consta, o Mário de Andrade foi o único brasileiro que conseguiu fazer uma revolução em cena. Acho que fomos o único grupo a se aventurar em montar isso. Outros o fizeram, mas a título de exercício".

Sobre a eclosão das manifestações Brasil afora, Zernesto diz que, além de justificar a pertinência do espetáculo, elas traduziram o que havia "por baixo" de um Brasil badalado no contexto internacional.

"Elas (as manifestações) provaram que a gente não estava errado em querer discutir o assunto", opina o dramaturgo.

"Apesar de o Brasil ter virado a bola da vez, no subterrâneo, continua a mesma lama de sempre. O povo mostrou para os 'donos da vida', como diz Mário de Andrade, que podemos partir para cima deles".

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Jornal da Paraíba

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