COTIDIANO
ONU em busca da paz na Síria
Kofi Annan disse temer aumento de violações dos direitos humanos na Síria, como torturas e aumento de prisões em massa.
Publicado em 09/05/2012 às 6:30
O emissário da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, disse ontem ao Conselho de Segurança que seu plano de paz para a Síria pode ser "a última oportunidade de evitar uma guerra civil" no país, disseram fontes diplomáticas. Além disso, acrescentou que o plano de seis pontos não é uma oportunidade "sem final definido" para o ditador sírio, Bashar Al Assad, segundo os diplomatas que participaram da reunião a portas fechadas de Annan com o Conselho de Segurança.
Annan manifestou ainda o seu temor de que a tortura, as prisões em massa e outras violações dos direitos humanos estejam se "intensificando" na Síria. O emissário disse ao Conselho que as pessoas conhecidas na Síria por apoiarem a não violência no levante foram presas pelo governo.
A comunidade internacional continua a solicitar o cumprimento do plano de Annan na Síria e o progressivo desdobramento de observadores das Nações Unidas no local para o início de um diálogo político no país que permita fechar a crise e a violência atual.
O plano de paz proposto por Annan contempla o fim da violência, a retirada dos tanques das cidades, a libertação dos detidos de forma arbitrária e o início de um diálogo entre o governo e os opositores, entre outros pontos.
O emissário manifestou o seu temor de que a tortura, as prisões em massa e outras violações dos direitos humanos estejam se "intensificando" na Síria, e afirmou ainda que cabe a Assad assumir a "responsabilidade básica" para acabar com os confrontos armados e "criar um ambiente que conduza a um processo político".
A oposição síria denunciou recentemente uma "escalada das prisões", o que viola o plano de paz que prevê, além do fim da violência, a libertação de pessoas detidas durante a revolta que afeta o país há 14 meses.
A violência no país já matou quase 12 mil pessoas desde março de 2011 - a maioria civis, de acordo com Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Ontem, seis civis morreram nas províncias de Idlib (noroeste), Homs (centro) e Damasco.
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