Cesta de JP tem maior alta

O preço da cesta básica de João Pessoa, em novembro, teve a maior alta (1,02%) entre as capitais do país, segundo informou a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Mesmo sendo uma pequena variação, o custo dos insumos básicos chegou ao patamar de R$ 235,35. A cesta pessoense acumula também a segunda maior alta (15,25%) no ano e, no último mês sobre outubro, caminhou na contramão de 13 cidades que apresentaram queda na variação média dos insumos.

De acordo com o coordenador do Dieese, Renato Silva, o produto que apresentou grande impacto na cesta da capital foi a farinha, com um aumento de 10% em novembro. “No acumulado, este produto já obteve elevação de 61,93% e foi o que mais aumentou de preço em 2012. Outra forte alta foi da banana – que representa o grupo das frutas – com alta acumulada de 56,21% e 4,67% no mês”, comentou.

Segundo Renato, grande parte da farinha consumida é produzida localmente e, em virtude das intempéries climáticas, houve um rebatimento direto nos preços. “A seca prejudicou a produção desse produto, bem como das frutas. Então era esperado este aumento”, explicou. O feijão (-1,68%), a manteiga (-2,27%) e o açúcar (-3,16%) obtiveram as maiores reduções.

No ranking das cestas mais baratas, João Pessoa continua tendo a terceira cesta com menor custo entre as capitais pesquisadas, ficando atrás apenas de Aracaju (R$ 205,63) e Salvador (R$ 220,49). No ano passado, a capital paraibana terminou o ano na segunda colocação (R$ 204,21).

No geral, conforme analisou Renato, a cesta pessoense caminha para uma estabilização de preços. “Grande parte da variação acumulada dos produtos foi observada no início do ano. Mas nos últimos quatro meses a cesta vem estabilizando. Com relação a novembro, por exemplo, tivemos seis produtos com alta nos preços e seis com redução”, acrescentou.

Com o valor atualizado, o trabalhador pessoense precisaria ganhar R$ 2.514,09 para suprir a alimentação da sua família com os suprimentos básicos. O tempo de trabalho estimado para pagar o valor da cesta, em novembro, era de 83 horas e 15 minutos. “O mais importante é ter em mente que esses são os produtos básicos entre os básicos e que uma infinidade de outros produtos entram no nosso padrão de consumo”, concluiu.

Depois de João Pessoa, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica do Dieese, as maiores altas em novembro foram sentidas por Belém (0,61%), Vitória (0,50%) e Florianópolis (0,31%). As maiores quedas foram verificadas no Rio de Janeiro (-7,88%), Porto Alegre (-6,18%) e Goiânia (-5,26%).