COTIDIANO
Aumenta tensão no Egito
Os torcedores do time de futebol do Egito Al Ahly promoveram ontem grandes manifestações pela capital Cairo
Publicado em 03/02/2012 às 8:00
Os torcedores do time de futebol do Egito Al Ahly promoveram ontem grandes manifestações pela capital Cairo para pedir justiça um dia após a briga entre fãs do clube e do Al Masry na cidade litorânea de Port Said, que terminou com a morte de pelo menos 74 pessoas.
A manifestação principal começou na frente da sede do Al Ahly, em Zamalek, para dirigir-se em seguida à praça Tahrir, onde os torcedores se uniram a um grupo de manifestantes contra a junta militar que governa o país, em protesto contra a maior tragédia da história do futebol egípcio.
Os torcedores e os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a cúpula militar e seu chefe, o marechal Hussein Tantawi, pedido sua renúncia imediata e exigindo investigação das responsabilidades do confronto que, segundo eles foi causado pela negligência das forças de segurança.
O grupo foi apoiado por fãs do Zamalek, principal rival do Al Aly, e também por ativistas de movimentos juvenis. De acordo com informações de agências de notícias, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo para conter o protesto, que já conta com a participação de cerca de 10 mil pessoas.
Países do Ocidente enviaram suas condolências e pediram investigações para esclarecer a briga. A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, requisitou uma investigação "imediata e independente" sobre o ocorrido.
Já os Estados Unidos expressaram o pesar em torno do confronto, em comunicado da porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland. "Nossos pensamentos e orações estão com aqueles que foram afetados pela violência e suas famílias", disse.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu um relatório detalhado sobre as causas dos incidentes à federação de futebol egípcia e disse que "o futebol não pode ser manchado por aqueles que pretendem o mal".
Blatter exige que o Egito desenvolva um plano de ação para que os eventos não se repitam. Ele não se pronunciou sobre a destituição do presidente e dos membros do conselho da Federação Egípcia de Futebol, anunciada mais cedo pelo primeiro-ministro egípcio Kamal al-Ganzuri.
A destituição dos dirigentes da federação de futebol egípicia pelo primeiro-ministro pode ser vista pela Fifa como um descumprimento do estatuto da entidade que controla o futebol mundial, já que proíbe interferência de governos nos assuntos do esporte.
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