Família do autor processa Warner

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada está a menos de um mês de sua estreia mundial, marcada para 14 de dezembro. Mas o que deveria ser uma época de tranquilidade para o diretor Peter Jackson retocar os últimos detalhes do primeiro filme de sua nova trilogia passada no mundo de O Senhor dos Anéis, está se transformando em um pesadelo.

Depois de a produção ter sido acusada pela PETA por maus tratos e por 27 mortes de animais durante o período de filmagens, ontem os controladores do espólio do escritor J.R.R. Tolkien, criador do universo da Terra-Média, entraram com um novo processo milionário contra a Warner, estúdio de O Hobbit.

De acordo com os documentos, o espólio de Tolkien deseja US$ 80 milhões (R$ 160 milhões) de reparação por causa de "material online". A família do autor clama que os direitos da obra literária, vendidos em 1967, não previam a venda de conteúdo digital e jogos para download.

"Embora os direitos de licenciamento estejam limitados a objetos tangíveis, os réus desenvolveram, licenciaram e/ou venderam games para download baseado em O Senhor dos Anéis e O Hobbit via internet, apps e outras formas de distribuição online", mostra os autos do processo.

O processo também revela que a família acredita que o estúdio e a Saul Zaentz Company, que negocia os direitos com as empresas licenciadas, estão prejudicando a reputação dos livros de Tolkien com jogos caça-níqueis.

Para deixar as coisas piores, o reclamante descobriram que os réus excederam os direitos limitados ao licenciarem a produção e distribuição de jogos de azar (na internet e em cassinos) estrelados por personagens e elementos da trama de O Senhor dos Anéis.

Não é a primeira vez que os dois lados se chocam. Em 2009, o espólio de Tolkien e a editora original dos livros, a HarperCollins, acusaram a Warner de não repassar todos os direitos em torno do lucro da trilogia O Senhor dos Anéis. As partes entraram em um acordo de cifras não reveladas. (Da Folhapress)