ECONOMIA
Pesquisa comprova viabilidade para produção de abacaxi no Sertão da PB
Pesquisadores da UEPB mostram eficiência do uso de biofertilizante na produção da fruta.
Publicado em 24/03/2019 às 14:16 | Atualizado em 25/03/2019 às 15:28
Uma pesquisa desenvolvida na Escola Agrotécnica do Cajueiro, localizada no Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), comprovou a viabilidade técnica para a exploração do abacaxi pérola no Sertão paraibano. O coordenador da pesquisa, professor José Geraldo Rodrigues dos Santos, estudou os efeitos de doses de biofertilizante e de lâminas de irrigação na produção da fruta em condições semiáridas, bem como sua qualidade. Mostrando que houve eficiência na produção do abacaxi.
A pesquisa foi realizada no Câmpus IV da UEPB, em Catolé do Rocha, entre os meses de abril de 2017 e novembro de 2018. A cidade tem clima seco, do tipo estepe, com temperatura média anual de 26,9ºC, evapotranspiração média anual de 1.707 milímetros, umidade relativa do ar média anual de 50%, insolação anual de 2.800 horas e precipitação média anual de 874,4 milímetros, sendo esta última característica concentrada no trimestre fevereiro/abril.
De acordo com o professor José Geraldo, aplicando o uso de biofertilizante na produção do abacaxi pérola, foi obtido, na dose de 50,6 mL/planta/vez, em intervalo mensal, frutos pesando em média 1,1Kg, medindo 22 cm de comprimento, com 11 cm de diâmetro, pH variando de 3,7 a 3,9 e sólidos solúveis totais (SST) entre 14,8 e 17,5 oBrix.
Padrões desejados
Ele destacou que o peso e o tamanho do fruto estão dentro dos padrões desejados para a referida variedade e que os valores de sólidos solúveis foram superiores aos obtidos nas diferentes regiões brasileiras, que tiveram uma variação de 14,0 a 16,1 oBrix, conforme literaturas consultadas.
“Isso significa que o abacaxi pérola produzido nas condições semiáridas da microrregião de Catolé do Rocha, em consequência do elevado valor do oBrix, tende a ser mais doce. Por outro lado, a única restrição à exploração da fruta nessas condições é a elevada demanda hídrica, uma vez que foram necessários 1.800 milímetros anuais para uma produção máxima da cultura, considerando que, nas regiões tradicionalmente produtoras, a necessidade hídrica varia de 1.000 a 1.500 milímetros anuais”, explicou professor Geraldo.
Em razão dos resultados positivos alcançados com a pesquisa feita na Escola Agrotécnica do Cajueiro, a exploração da cultura do abacaxi pérola será recomendada para os produtores rurais de base familiar da microrregião de Catolé do Rocha, o que contribuirá para o aumento da renda no setor rural, com consequente melhoria da qualidade de vida das famílias.
José Geraldo destaca, ainda, que as orientações técnicas necessárias serão prestadas pelos alunos extensionistas da UEPB e pelos extensionistas rurais da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), Gerência de Catolé do Rocha.
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