COMUNIDADE
Tradição familiar na Feira Central conta história de Campina Grande
Feira Central foi reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro.
Publicado em 11/10/2017 às 6:00 | Atualizado em 01/03/2023 às 17:19
Duas semanas depois de ser reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphna), a Feira Central chega ao aniversário de 153 anos de Campina Grande, celebrados nesta quarta-feira (11) também como um dos principais cursores de desenvolvimento ao longo da história da cidade.
Além da tradição secular, o local reúne uma grande variedade em produtos para o consumidor e muitas histórias que se entrelaçam com o crescimento da cidade nas últimas décadas.
De geração em geração, a maioria dos feirantes do local mantêm uma tradição, transferindo a atividade de pai para filho e superando o próprio tempo. Um deles é o comerciante de queijo de manteiga Flávio Marinho, de 57 anos. Ele conta que o trabalho na feira veio de seu avô Severino Marinho há pelo 50 anos.
“O comércio começou com meu avô. Depois meu pai assumiu e o negócio acabou continuando comigo. Meu pai faleceu há 22 anos, mas a história de minha família com a feira e Campina Grande ultrapassa mais de cinco décadas. Desse espaço vi cidade crescer e muita coisa mudar”, lembra.
Outro feirante que mantém o negócio de uma tradição familiar é Erique de Andrade, de 30 anos, que há 20 anos trabalha junto com o pai, Francisco de Oliveira, 64 anos, vendendo frutas. “Meu pai já trabalhava aqui porque meu avô, Cirilo de Oliveira, era feirante”, destaca.
Erique conta que concluiu os estudos e começou a participar da feira para ajudar e hoje ele e o pai trabalham juntos. Para ele, “a história da feira de Campina Grande tem uma relação forte com o crescimento da cidade”.
“As famílias que trabalham aqui também contribuíram com o desenvolvimento. Eu tenho muito orgulho de ser campinense e trabalhar nesse espaço, hoje considerado patrimônio histórico”, celebra.
Francisco, pai de Erique, conta que quando começou a trabalhar na Feira Central o local era diferente. “Quando comecei aqui as barracas eram poucas, comparada ao momento atual, muita coisa mudou nos últimos anos. Minha família é campinense e cresceu dentro deste ambiente”, revela.
Quem também deu continuidade ao trabalho do pai, mas porque ele adoeceu, foi Jandira da Silva, de 59 anos. “Meu pai vendia carne. Ele adoeceu durante uma época e acabei indo trabalhar no lugar dele para manter o sustento da família. O tempo passou, meu pai faleceu e estou aqui há 36 anos”, ressalta.
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